Ortognaisses e anfibolitos da região de Anapu, registro de uma microplaca arqueana na Província Transamazonas, Estado do Pará, norte do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/geo.v49i0.88240Palavras-chave:
Palavras-chave, Rochas arqueanas, Complexo Aruanã, Anfibolito Armezinho.Resumo
A Folha Rio Bacajá tem 3000 km2 e se localiza a sul da rodovia transamazônica e a leste do rio Xingu, no contexto do Domínio Bacajá de idade predominante paleoprotezoica. As rochas arqueanas que ocorrem nesta área pertencem ao Complexo Aruanã e são representadas por anfibolitos e gnaisses graníticos na sua parte nordeste e metagranitoides na sua parte leste. Os anfibolitos são formalizados neste trabalho como nova unidade litoestratigráfica (Anfibolito Armezinho) e se distinguem pela presença de poiquiloblastos de plagioclásio de tendência hexagonal. Muito provavelmente a formação destes poiquiloblastos esteja relacionada a mecanismos de redução da área limite de grãos em condições de metamorfismo estático e de natureza termal e de fácies hornblenda hornfels. Os ortognaisses da parte nordeste são sienograníticos e monzograníticos, podem ser porfiroclásticos e exibem duas foliações. A foliação mais antiga, de idade possivelmente arqueana, foi dobrada ou transposta por zonas miloníticas de direção N60W que seguem as estruturas regionais da orogenia riaciana. A recristalização dinâmica de feldspatos e a formação de novos grãos de quartzo por rotação de subgrãos permitem estimar temperaturas superiores a 450°C para a deformação milonítica. Os dados químicos sugerem de modo preliminar que estes ortognaisses têm assinatura semelhante à de granitoides de arco magmático. A datação de cristais de zircão dos ortognaisses graníticos pelo método de evaporação de Pb forneceu uma idade de 2586 Ma, a qual deve ser interpretada como um valor mínimo para a cristalização dos protólitos.
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