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DINÂMICA DO SISTEMA HIDROGEOLÓGICO CÁRSTICO NA ÁREA DE TRANQUEIRA - REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

ELAINE A. BONACIM

Resumo



Neste trabalho, foram aplicadas técnicas de análise
geológica, geofísica, hidrológica, hidrogeológica e
hidroquímica, com o objetivo de caracterizar o mecanismo
de funcionamento do sistema hidrogeológico cárstico
desenvolvido nos metacarbonatos proterozóicos da Formação
Capiru (Grupo Açungui). A área de estudo, denominada
Tranqueira, situa-se a aproximadamente 25 km
ao norte da cidade de Curitiba, abrangendo os municípios
de Almirante Tamandaré e Colombo (Região Metropolitana
de Curitiba, Estado do Paraná). Os aspectos geológico-
geomorfológicos indicaram que as faixas rebaixadas
no terreno (correspondentes aos metadolomitos
carstificados), limitadas por barreiras praticamente impermeáveis
(diques de diabásio de direção NW e cristas
quartzíticas de direção NE), constituem unidades
morfoestruturais com alta permeabilidade. Já a análise
dos dados estruturais permitiu determinar as direções
N40-60E e N50-60W como sendo as que apresentam as
melhores condições para o desenvolvimento de condutos
de dissolução. Estes condutos são os principais responsáveis
pelo armazenamento e circulação da água
subterrânea no sistema hidrogeológico cárstico estudado.
A partir dos diagramas elétricos e de perfis litológicos
de poços tubulares, pode-se inferir que a profundidade
média da carstificação, evidenciada pela presença de
condutos nos perfis e pela variação da resistividade aparente
nos diagramas, apresenta-se em torno de 50 m. A
profundidade máxima da carstificação, isto é, o limite
inferior do sistema hidrogeológico cárstico investigado,
variam em torno de 100 m. As condições de explotação
(vazão permissível e número de poços tubulares) da
unidade principal do sistema analizado −o aquífero
cárstico −, foram determinadas por meio da aplicação
de métodos hidrológicos (balanço hídrico e separação
dos componentes do hidrograma do rio Bariguí) e métodos
hidrogeológicos (teste de bombeamento). De maneira
geral, esses métodos analisam quantitativamente
as entradas e saídas do sistema, o que possibilita avaliar
as recargas profunda e de transição. O valor estimado
para a vazão permissível na área de Tranqueira foi de
630 m 3 /h, a partir da recarga de transição e de 651,6
m 3 /h, a partir da vazão média de longo período do rio
Barigüi. Assim, é adequada a explotação de 4 a 5 poços
tubulares na área de Tranqueira, com uma vazão
média, por poço, de 140m 3 /h. As avaliações obtidas a
partir dos dados hidroquímicos tem caráter preliminar,
devido ao número reduzido de pontos amostrados e à
impossibilidade de fazer-se uma amostragem sistemática.
Com relação à dureza, as águas são classificadas
como brandas a medianamente duras. Os índices de
saturação em calcita e dolomita demostraram que, apesar
de apresentarem-se insaturadas (comportamento
corrosivo) em alguns pontos e, supersaturadas (comportamento
incrustante) em outros, encontram-se muito
próximas do equilíbrio.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/geo.v49i0.4135