Geologia das ilhas de Tamboretes, litoral norte do Estado de Santa Catarina, limite meridional do Terreno Paranaguá
DOI:
https://doi.org/10.5380/geo.v73i1.38439Keywords:
Ilhas de Tamboretes, Milonitos, Sienogranitos, Terreno ParanaguáAbstract
As ilhas de Tamboretes se situam no litoral norte de Santa Catarina, vizinhas à Ilha de São Francisco do Sul, e se constituem de quatro ilhas alongadas na direção N10E-S10W, onde afloram anfibólio-biotita sienogranitos porfiríticos de cor cinza rosado claro. A deformação dúctil heterogênea destas rochas resultou em granitos fracamente foliados, protomilonitos, milonitos e ultramilonitos. Os domínios de milonitos e de ultramilonitos têm larguras decamétrica e métrica, respectivamente. A atitude principal da foliação milonítica é N15E/80SE e sobre este plano há lineações de estiramento de atitude N05E/06, denotando a característica transcorrente da zona de cisalhamento. Os indicadores cinemáticos, representados pela foliação S/C, por porfiroclastos assimétricos de microclina e por orientações oblíquas de novos grãos em ribbons de quartzo indicam sentido sinistral. A presença de novos grãos de feldspatos permite sugerir temperaturas superiores a 450 °C durante o cisalhamento. Raramente ocorrem diques e veios aplíticos hololeucocráticos de espessura centimétrica a métrica, paralelos ou discordantes à foliação dos granitos. Os aplitos são cinza esbranquiçados, maciços ou foliados e compostos por quartzo, plagioclásio e microclina. Os granitos são cortados por dois diques de diabásio de largura decimétrica e com atitudes N15E/90 e N55W/70NE. Estes diques são, ao que tudo indica, mesozoicos e teriam sido colocados em estruturas controladas pelo arco de Ponta Grossa e pela zona de cisalhamento transcorrente. Fraturas de atitude N85W/85NE, penetrativas na escala métrica, contribuem para a formação de feições erosivas no granito que resultam em arranjos tabulares verticais proeminentes. Estes granitos possuem assinatura álcali-cálcica, fracamente peraluminosa a metaluminosa. O moderado fracionamento de elementos terras raras sugere que este magma originou-se a grandes profundidades com retenção de granada no resíduo. Os altos teores de Sr sugerem ausência de plagioclásio na fonte. As características geoquímicas destas rochas se comparam àquelas de granitos de arco magmático maduro. A geração de granitos pode ser correlacionável à colisão neoproterozoica-eo-paleozóica do Terreno Paranaguá com a Microplaca Luís Alves.
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