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Ensino da leitura no método intuitivo: as palavras como unidade de compreensão e sentido

Teaching reading by objective method: the words as units of understanding and sense

Resumos

Este artigo apresenta resultados de pesquisa sobre o método de ensino intuitivo, elaborado por Norman A. Calkins, especialmente para o ensino da leitura. Para o autor, as palavras são as unidades a partir das quais o ensino deve se dar, filiando-se às proposições de marcha analítica que surgem no século XIX, inovando os procedimentos de ensino.

método intuitivo; ensino de leitura; lições de coisas; educação no século XIX


This article presents results of research about the objective methods, by Norman A. Calkins, especially to teaching reading method. For the author, the words are the units trough the teaching should happen, relating it to the propositions of analytic methods that appeared in the 19th Century, innovating the procedures of general teaching.

Objective methods; teaching reading; objective lessons; 19th century education


Ensino da leitura no método intuitivo: as palavras como unidade de compreensão e sentido* * Este artigo apresenta resultado parcial de um projeto de pesquisa mais amplo denominado "Estudando as lições de coisas", que recebe apoio financeiro do CNPq, desde 1995, e da Fapesp, desde 1998. 1 O Brasil realiza sua "Primeira exposição pedagógica" em 1883, no município da Corte, e, embora tenha organizado concomitantemente um Congresso de Instrução, este não se realiza devido a problemas políticos e financeiros. A respeito, ver PRIMEIRA exposição pedagógica do Rio de Janeiro. Documentos. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1884. 2 A participação de Rui Barbosa nos debates educacionais desse período deve ser avaliada não apenas pela tradução do manual de Calkins mas, principalmente, pela elaboração do substitutivo ao Decreto n.º 7247, de 19 de abril de 1879: Reforma do Ensino Primário e várias Instituições Complementares da Instrução Pública e Reforma do Ensino Secundário. Ver a respeito, entre outros, GONÇALVES, V. T. V. O liberalismo demiurgo. Estudo sobre a reforma educacional projetada nos Pareceres de Rui Barbosa. São Paulo, 1994. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 3 CALKINS, N. A. Primeiras lições de coisas. Tradução de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1950. A primeira edição americana deste manual é de 1861, sendo refundida e ampliada em 1870 e atingindo em 1884 sua 40.ª edição, que é traduzida paia a língua portuguesa por Rui Barbosa em 1881 e publicada em 1886. Esse manual é traduzido para a língua japonesa em 1877 e para o castelhano em 1872 e 1879. 4 O projeto de pesquisa mais amplo, denominado "Estudando as lições de coisas", vem sendo financiado pelo CNPq desde 1995 e sua primeira etapa consistiu na análise do referencial teórico empirista, fundamento das proposições metodológicas que atribuem aos sentidos e às percepções a fonte de origem das ideias. Ver: VALDEMARIN, V. T. Método intuitivo: os sentidos como janelas e portas que se abrem para um mundo interpretado. In: SOUZA, R. E; VALDEMARIN, V. T.; ALMEIDA, J. S. de. O legado educacional do século XIX. Araraquara: Faculdade de Ciências e Letras, 1998. 5 Professor - O que eu estou segurando em minha mão? Alunos - Um sino. P - [Toca o sino suavemente e diz].: O que eu estou fazendo com este sino? A - Tocando-o. P - O que vocês podem fazer com este sino? A - Tocá-lo. P - James pode tentar tocar este sino. [Convide dois ou três alunos para tocá-lo]. Agora eu farei um desenho do sino na lousa. [Enquanto a professora faz o desenho ela pergunta]: o que eu disse que faria na lousa? A - O desenho de um sino. P - O que este desenho parece? A - Um sino. P - É um sino verdadeiro? A - Não, é o desenho do sino. P - Eu posso tocar o sino e alguns de vocês também podem fazê-lo. Vocês podem tocar com o desenho do sino? Agora eu farei a palavra sino perto do desenho. O que eu disse que faria perto do desenho? A - A palavra sino. P - Eu farei a palavra sino novamente. [Enquanto a professora diz isso, ela escreve a palavra duas ou três vezes em outra parte da lousa e acrescenta]: Quando eu aponto para o sino ou para o desenho do sino ou para a. palavra sino, eu desejo que vocês digam para qual deles eu aponto, desta forma: O sino, o desenho do sino, a palavra sino. [A professora pode, a seguir, chamar diferentes alunos para apontar o sino, o desenho do sino e a palavra sino e depois perguntar]: O que vocês podem fazer com o sino? A - Tocá-lo. P - O que vocês podem fazer com o desenho do sino? A - Olhá-lo. P - O que vocês podem fazer com a palavra sino? A - Lê-la. Durante a primeira lição de leitura a atenção dos alunos não deve ser dirigida para as letras que formam a palavra, nem para os sons ouvidos quando falados. Eles não devem sei soletrados nas palavras durante os primeiros quatro ou cinco exercícios e também até que os alunos tenham começado a distinguir diferentes letras. Ler não pode ser ensinado por meio da soletração. 6 A criança também aprende o uso de palavras aos pares e outros grupos na linguagem falada e aprende também o significado das palavras que ouve e usa em tais grupos. Por estas razões, depois que os alunos tiverem adquirido alguma facilidade em aprender a reconhecer palavras isoladas pela visão, a instrução para leitura deve continuar direcionada para o ensino das palavras em cada par e outros grupos, que são familiares ao aluno pelo uso. Nas classes iniciais, a instrução para pares de palavras pode ser iniciada depois das primeiras duas ou três semanas na escola. 7 Desta forma, os métodos para ensinar "palavras isoladas", "pares de palavras", "frases", "sentenças curtas" e "sentenças com pares de palavras", descrito nas páginas precedentes, pertencem todos ao primeiro processo mental na aprendizagem da leitura-este processo pelo qual a criança é ensinada a conhecer pela visão estas palavras, frases e sentenças, as quais ela tinha aprendido previamente pela audição e pelo próprio uso delas. Durante este processo de aprender a ler, o professor descobre primeiro quais palavras, frases, sentença etc. são familiares aos alunos, guiando então o uso da palavra, frase etc. na conversação e então ensinando-os a conhecer e ler a mesma pela visão. Durante esse processo, as frases e sentenças familiares devem ser ensinadas na lousa e nos cartões, sem levar em consideração se eles conhecem previamente todas as palavras. As palavras isoladas podem ser aprendidas rapidamente, enquanto se ensina a leitura e a soletração dessas frases e sentenças. Já que os alunos conhecem o significado e o uso comum de palavras e sentenças, estas devem ser apresentadas a eles para aprender pela visão durante o primeiro estágio na aprendizagem da leitura, não sendo preciso definir essas palavras. Fazer isso é pior do que perda de tempo. 8 Os exercícios que pertencem a este processo requerem o mesmo tipo de operação mental que cada leitor emprega antes que tenha adquirido alguma facilidade na leitura. Durante o segundo estágio. O jovem leitor frequentemente encontra palavras familiares em novas associações e encontra em novas palavras, as formas que ele não conhece, embora ele possa saber seu significado quando ouve-as faladas. Ele também encontra palavras que são desconhecidas para ele tanto no uso quanto na forma. As coisas que precisam ser adquiridas pelo aluno para capacitá-lo a ler novas lições são - a habilidade para descobrir o significado de palavras familiares em seus novos grupos, - aprender prontamente as formas de novas palavras que são conhecidas pelo uso,- também aprender as formas e significados das palavras que são completamente desconhecidas para ele, com a ajuda de palavras conhecidas na sentença. 9 Argumentos sobre as duas acepções do método intuitivo podem ser encontrados nos Documentos sobre a Primeira exposição pedagógica do Rio de Janeiro, já citado

Teaching reading by objective method: the words as units of understanding and sense

Vera Teresa Valdemarin

Professora Assistente Doutora do Departamento de Ciências da Educação da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara/Unesp. vera@fclar.unesp.br

RESUMO

Este artigo apresenta resultados de pesquisa sobre o método de ensino intuitivo, elaborado por Norman A. Calkins, especialmente para o ensino da leitura. Para o autor, as palavras são as unidades a partir das quais o ensino deve se dar, filiando-se às proposições de marcha analítica que surgem no século XIX, inovando os procedimentos de ensino.

Palavras-chave: método intuitivo; ensino de leitura; lições de coisas; educação no século XIX.

ABSTRACT

This article presents results of research about the objective methods, by Norman A. Calkins, especially to teaching reading method. For the author, the words are the units trough the teaching should happen, relating it to the propositions of analytic methods that appeared in the 19th Century, innovating the procedures of general teaching.

Key-words: Objective methods, teaching reading, objective lessons, 19th century education.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Texto recebido em 14/05/2001

  • CALKINS, N. A. First reading from blackboard to books with directions for teachers to accompany Calkins's reading cards. New York: Taylor & Co., 1883.
  • CALKINS, N. A. Primeiras lições de coisas. Tradução de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1950.
  • CARVALHO, S. A. S. de. O ensino da leitura e da escrita: imaginário republicano (1890-1920). São Paulo, 1998. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica.
  • CHARTIER, A.-M.; HÉBRARD, J. Discursos sobre a leitura. 1880-1980. Tradução de Osvaldo Biato e Sérgio Bath. São Paulo: Ática, 1995.
  • GIOLITTO, P. Histoire de l'enseignement primaire au XIX e siècle: 1'organisation pédagogique. Paris: Nathan, 1983.
  • GONÇALVES, V. T. V. O liberalismo demiurgo. Estudo sobre a reforma educacional projetada nos Pareces de Rui Barbosa. São Paulo, 1994. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
  • LOURENÇO FILHO, M. B. A pedagogia de Rui Barbosa. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1966.
  • MAGNANI, M. do R. M. Os sentidos da alfabetização. A "questão dos métodos" e a constituição de um objeto de estudo. (São Paulo - 1876-1994). Presidente Prudente, 1997. Tese (Livre-Docência).
  • PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas e profissão docente: três facetas. In:NÓVOA, A. (Org.). Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas sociológicas. Tradução de Helena Faria, Helena Tapada, Maria João Carvalho e Maria Nóvoa. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
  • PRIMEIRA Exposição Pedagógica do Rio de Janeiro. Documentos. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1884.
  • VALDEMARIN, V. T. Método intuitivo: os sentidos como janelas e portas que se abrem para um mundo interpretado. In: SOUZA, R. F.; VALDEMARIN, V. T.; ALMEIDA, J. S. de. O legado educacional do século XIX. Araraquara: Faculdade de Ciências e Letras, 1998.
  • *
    Este artigo apresenta resultado parcial de um projeto de pesquisa mais amplo denominado "Estudando as lições de coisas", que recebe apoio financeiro do CNPq, desde 1995, e da Fapesp, desde 1998.
    1 O Brasil realiza sua "Primeira exposição pedagógica" em 1883, no município da Corte, e, embora tenha organizado concomitantemente um Congresso de Instrução, este não se realiza devido a problemas políticos e financeiros. A respeito, ver
    PRIMEIRA exposição pedagógica do Rio de Janeiro. Documentos. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1884.
    2 A participação de Rui Barbosa nos debates educacionais desse período deve ser avaliada não apenas pela tradução do manual de Calkins mas, principalmente, pela elaboração do substitutivo ao Decreto n.º 7247, de 19 de abril de 1879:
    Reforma do Ensino Primário e várias Instituições Complementares da Instrução Pública e Reforma do Ensino Secundário. Ver a respeito, entre outros, GONÇALVES, V. T. V.
    O liberalismo demiurgo. Estudo sobre a reforma educacional projetada nos Pareceres de Rui Barbosa. São Paulo, 1994. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
    3 CALKINS, N. A.
    Primeiras lições de coisas. Tradução de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1950. A primeira edição americana deste manual é de 1861, sendo refundida e ampliada em 1870 e atingindo em 1884 sua 40.ª edição, que é traduzida paia a língua portuguesa por Rui Barbosa em 1881 e publicada em 1886. Esse manual é traduzido para a língua japonesa em 1877 e para o castelhano em 1872 e 1879.
    4 O projeto de pesquisa mais amplo, denominado "Estudando as lições de coisas", vem sendo financiado pelo CNPq desde 1995 e sua primeira etapa consistiu na análise do referencial teórico empirista, fundamento das proposições metodológicas que atribuem aos sentidos e às percepções a fonte de origem das ideias. Ver: VALDEMARIN, V. T. Método intuitivo: os sentidos como janelas e portas que se abrem para um mundo interpretado. In: SOUZA, R. E; VALDEMARIN, V. T.; ALMEIDA, J. S. de.
    O legado educacional do século XIX. Araraquara: Faculdade de Ciências e Letras, 1998.
    5 Professor - O que eu estou segurando em minha mão?
    Alunos - Um sino.
    P - [Toca o sino suavemente e diz].: O que eu estou fazendo com este sino?
    A - Tocando-o.
    P - O que vocês podem fazer com este sino?
    A - Tocá-lo.
    P - James pode tentar tocar este sino. [Convide dois ou três alunos para tocá-lo]. Agora eu farei um desenho do sino na lousa. [Enquanto a professora faz o desenho ela pergunta]: o que eu disse que faria na lousa?
    A - O desenho de um sino.
    P - O que este desenho parece?
    A - Um sino.
    P - É um sino
    verdadeiro?
    A - Não, é o desenho do sino.
    P - Eu posso tocar o sino e alguns de vocês também podem fazê-lo. Vocês podem tocar com o desenho do sino? Agora eu farei a palavra sino perto do desenho. O que eu disse que faria perto do desenho?
    A - A palavra sino.
    P - Eu farei a palavra
    sino novamente. [Enquanto a professora diz isso, ela escreve a palavra duas ou três vezes em outra parte da lousa e acrescenta]: Quando eu aponto para o
    sino ou para o
    desenho do sino ou para
    a. palavra sino, eu desejo que vocês digam para qual deles eu aponto, desta forma: O sino, o desenho do sino, a palavra sino. [A professora pode, a seguir, chamar diferentes alunos para apontar o sino, o desenho do sino e a palavra sino e depois perguntar]: O que vocês podem
    fazer com o sino?
    A - Tocá-lo.
    P - O que vocês podem
    fazer com o
    desenho do sino?
    A - Olhá-lo.
    P - O que vocês podem
    fazer com a
    palavra sino?
    A - Lê-la.
    Durante a primeira lição de leitura a atenção dos alunos não deve ser dirigida para as letras que formam a palavra, nem para os sons ouvidos quando falados. Eles não devem sei soletrados nas palavras durante os primeiros quatro ou cinco exercícios e também até que os alunos tenham começado a distinguir diferentes letras. Ler não pode ser ensinado por meio da soletração.
    6 A criança também aprende o uso de palavras
    aos pares e
    outros grupos na linguagem falada e aprende também o significado das palavras que ouve e usa em tais grupos. Por estas razões, depois que os alunos tiverem adquirido alguma facilidade em aprender a reconhecer palavras isoladas pela visão, a instrução para leitura deve continuar direcionada para o ensino das palavras em cada par e outros grupos, que são familiares ao aluno pelo uso. Nas classes iniciais, a instrução para pares de palavras pode ser iniciada depois das primeiras duas ou três semanas na escola.
    7 Desta forma, os métodos para ensinar "palavras isoladas", "pares de palavras", "frases", "sentenças curtas" e "sentenças com pares de palavras", descrito nas páginas precedentes, pertencem todos ao
    primeiro processo mental na aprendizagem da leitura-este processo pelo qual a criança é ensinada a
    conhecer pela visão estas palavras, frases e sentenças, as quais ela tinha aprendido previamente pela audição e pelo próprio uso delas. Durante este processo de aprender a ler, o professor descobre primeiro quais palavras, frases, sentença etc. são familiares aos alunos, guiando então o uso da palavra, frase etc. na conversação e então ensinando-os a conhecer e ler a mesma pela visão.
    Durante esse processo, as frases e sentenças familiares devem ser ensinadas na lousa e nos cartões, sem levar em consideração se eles conhecem previamente todas as palavras. As palavras isoladas podem ser aprendidas rapidamente, enquanto se ensina a leitura e a soletração dessas frases e sentenças.
    Já que os alunos conhecem o significado e o uso comum de palavras e sentenças, estas devem ser apresentadas a eles para aprender pela visão durante o primeiro estágio na aprendizagem da leitura, não sendo preciso definir essas palavras. Fazer isso é pior do que perda de tempo.
    8 Os exercícios que pertencem a este processo requerem o mesmo tipo de operação mental que cada leitor emprega antes que tenha adquirido alguma facilidade na leitura. Durante o segundo estágio. O jovem leitor frequentemente encontra
    palavras familiares em novas associações e encontra em novas palavras, as
    formas que ele não conhece, embora
    ele possa saber seu significado quando ouve-as faladas. Ele também encontra palavras que são desconhecidas para ele tanto no uso quanto na forma. As coisas que precisam ser adquiridas pelo aluno para capacitá-lo a ler novas lições são - a habilidade para descobrir o significado de palavras familiares em seus novos grupos, - aprender prontamente as formas de novas palavras que são conhecidas pelo uso,- também aprender as formas e significados das palavras que são completamente desconhecidas para ele, com a ajuda de palavras conhecidas na sentença.
    9 Argumentos sobre as duas acepções do método intuitivo podem ser encontrados nos Documentos sobre a
    Primeira exposição pedagógica do Rio de Janeiro, já citado
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      05 Mar 2015
    • Data do Fascículo
      Dez 2001

    Histórico

    • Recebido
      14 Maio 2001
    Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná Educar em Revista, Setor de Educação - Campus Rebouças - UFPR, Rua Rockefeller, nº 57, 2.º andar - Sala 202 , Rebouças - Curitiba - Paraná - Brasil, CEP 80230-130 - Curitiba - PR - Brazil
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