Open Journal Systems

É POSSÍVEL A EXISTÊNCIA DE SISTEMAS REGIONAIS DE INOVAÇÃO EM PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS?

Cássio Rolim

Resumo



A ênfase colocada nas inovações como a responsável pela diferenciação
das economias nacionais e regionais ocupa um espaço cada vez
mais amplo na literatura econômica. Os mais variados enfoques as
colocam como peça fundamental em suas elaborações analíticas. Ela
está presente na discussão dos sistemas nacionais de inovação, na
chamada economia evolucionista (LUNDVALL, 1992), na discussão
dos clusters industriais (PORTER, 1990), na perspectiva dos economistas
da teoria da regulação (AMABLE et al., 1997), na dos autores
que trabalharam com os distritos industriais (BECATTINI, 1991) e
até mesmo na de autores da economia neoclássica (ROMER, 1990).
Como a maior parte dessa literatura enfatiza a importância dos aspectos
territorializados da problemática, também os autores e os
responsáveis pelas políticas regionais têm se debruçado sobre essa
temática com vigor e esperanças só comparáveis aos empenhados
quando as respostas para os problemas regionais pareciam ser dadas
pela teoria da polarização. Essas mesmas esperanças, uma vez mais,
despertaram o interesse daqueles que lidam com problemas de desenvolvimento
em países subdesenvolvidos. Aqui também ocorre uma busca intensa de compreensão dos processos inovadores que poderiam
contribuir para a superação desse estado de subdesenvolvimento.
No entanto, existem certas características no funcionamento das economias
subdesenvolvidas que colocam restrições aos processos inovadores,
inexistentes nas situações estudadas pelos autores dos países
desenvolvidos. Neste texto vamos discutir algumas delas e as
implicações que trazem para o uso do conceito de Sistemas Regionais
de Inovações. Também será apresentado o caso do estado do Paraná,
no Brasil, e dentro dele, a experiência específica de uma empresa
considerada modelo no que se refere à inovação tecnológica e interação
com as organizações educacionais paranaenses: a Siemens/Equitel.


Abstract


The emphasis on innovations as responsible for the differences in
performance of national and regional economies has been increasing
in the economic literature. They appear as key element in several
theories, such as evolutionary economics (LUNDVALL, 1922), the
regulation theory (AMABLE et al. 1997), the industrial district
approach (BECATTINI, 1991) and even in the neoclassical economy
(ROMER, 1990). As the majority of this literature emphasizes the
territorial aspects of this subject, regional policy-makers are putting
their hopes in these themes as they used to do in the past about the
growth pole theory. The same hopes are again up-to-date for those
involved in development issues at the developing countries. There is
an effort on research about innovative process that would be helpful
for these countries. However, there are some restrictions in these
innovative processes at developing countries that are not present in
the reality studied by the authors of innovation theory. This paper
examines some of these restrictions and the problem that they put
for the concept of Regional Innovation System, being this
discussion illustrated by the case study of Siemens/Equitel in Parana.


Palavras-chave


Sistemas Regionais de Inovação; desenvolvimento regional; reestruturação produtiva; países subdesenvolvidos; Regional Innovation System; regional development; economic change; developing countries.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/re.v29i0.2003