Entre a razão e as paixões: Mandeville, Bayle e a desconstrução da moralidade ilustrada
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v22i1.98529Resumo
Trata-se de uma análise da crítica de Mandeville ao deísmo e ao racionalismo moral do século XVIII, destacando sua ruptura com a noção de uma ética baseada exclusivamente na razão. Partindo do contexto histórico do deísmo inglês — marcado pela busca de uma religião natural e pela defesa da virtude independente da revelação divina —, o texto explora como Mandeville, influenciado por Pierre Bayle, desloca o debate para o terreno das paixões humanas. Utilizando obras como Free Thoughts on Religion e A Fábula das Abelhas, tentar-se demonstrar como, para Mandeville, a hipocrisia não é um desvio moral, mas um mecanismo estrutural que sustenta a coesão social. Inspirado por Bayle, que via os vícios como "males necessários" à ordem social, Mandeville radicaliza essa tese ao argumentar que a prosperidade depende da canalização — e não da supressão — das paixões. Por fim, o texto examina a crítica de Mandeville ao clero, expondo como a mise en scène da austeridade clerical mascara interesses mundanos, e como a religião, longe de ser um freio moral, torna-se instrumento de controle social.
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