“O ser humano não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo” - Concepção e críticas da antropologia e da alienação no jovem Marx
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v21i3.95951Palavras-chave:
Antropologia, Alienação, Feuerbach, Marx.Resumo
No presente artigo, buscamos defender a tese de que o jovem Marx constrói uma concepção de alienação a partir de um entendimento de ser humano inteiramente despojado do caráter abstrato que lhe era conferido por Feuerbach. Marx retoma de Feuerbach o caráter naturalista, e, portanto, materialista de sua noção de sensibilidade humana, recusando, contudo, uma perspectiva de ser humano desvinculada do “mundo das necessidades” e das “relações de trabalho”, a partir dos Anais, e, mais tarde, da própria “base terrena” da história, inaugurando com Engels um materialismo que lhes é próprio. Para demonstrar essa tese, empreenderemos, nas três primeiras partes do artigo, uma reconstrução da concepção de alienação nos diferentes textos do jovem Marx – e de Engels –, dos Anais à Ideologia, passando pelo Esboço e pelos Manuscritos. A última parte do texto será dedicada à avaliação da recepção e de possíveis críticas às concepções antropológica e da alienação marxianas. Com isso, defenderemos, retomando a tese de Mészáros, que o entendimento de alienação e de ser humano esboçado pelo jovem Marx não terá nenhuma alteração significativa em relação ao que o autor apresentará em escritos posteriores, contra a tese de uma ruptura epistemológica, tal como representada por Althusser, e contra a crítica de um jovem Marx supostamente essencialista, cuja virada conceitual se daria somente a partir da Ideologia alemã, tal como enunciada por Gianotti.
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