Anotações sobre a relação intolerável entre Paulo Freire e a Filosofia acadêmica brasileira. Pensar e escrever com os oprimidos
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v21i3.95060Palavras-chave:
Freire, Filosofia Brasileira, a razão tupiniquim, materialismo, opressão, AlthusserResumo
Neste artigo, exploramos a relação paradoxal entre Paulo Freire e a Filosofia acadêmica brasileira. Apesar de ser reconhecido como o patrono da educação brasileira e um dos autores mais citados e respeitados internacionalmente nas Ciências Humanas, o pensamento de Freire é praticamente negligenciado nos registros da História da Filosofia de seu país. Nossa hipótese sugere que essa ausência não se deve à falta de rigor teórico de seu pensamento, mas é sintomática de algo intrínseco aos mecanismos de reprodução e funcionamento da Filosofia acadêmica. Basicamente Freire não é considerado um autor “sério” dentro dos protocolos do cânone universitário. Inspirado pela reflexão de Roberto Gomes sobre a seriedade acadêmica e seu distanciamento dos anseios da sociedade, este artigo questiona a marginalização do pensamento de Freire na área da Filosofia justamente como um sintoma. Sua exclusão aponta para uma remoção fundamental na Filosofia acadêmica que contribui significativamente para a marginalização progressiva do pensamento crítico tanto na educação básica quanto na sociedade em geral. Com base nisso, levantamos implicitamente uma questão fundamental, tanto urgente quanto provocativa: qual é o propósito de defender uma área que, em grande parte, não contribui para sua missão histórica?
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