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A árvore platônica das Formas: uma visão comparativa das concepções das Formas na República (V-VII) e no Sofista

Nazareno Eduardo de Almeida

Resumo


O intento deste ensaio é mostrar que o diálogo Sofista nos apresenta a concepção madura das Formas na filosofia de Platão. Essa concepção difere em vários aspectos importantes da concepção inicial das Formas presente nos chamados diálogos médios, em especial nos Livros V-VII da República. Para tanto, minha estratégia retórica e argumentativa consiste em contrastar a imagem da linha segmentada explicitamente proposta por Platão na República como símbolo dessa concepção inicial com a imagem da árvore das Formas enquanto imagem simbólica da concepção madura. Embora não diretamente proposta por Platão, essa imagem clássica, derivada da Isagoge de Porfírio, remonta diretamente ao método de divisão operado no Sofista. Através do contraste entre essas duas imagens simbólicas, apresento inicialmente as diferenças entre as concepções das Formas inscritas na imagem da linha segmentada e a imagem da árvore das Formas. Em seguida, apresento duas diferenças fundamentais entre essas concepções. A primeira diz respeito a duas distintas imagens da dialética presentes na República e no Sofista. A segunda delas consiste no apagamento da diferença entre dianoia e nous fundamental na República, dando lugar à supremacia da dianoia no Sofista.

Palavras-chave


Platão; Formas; linha segmentada; árvore das Formas

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dp.v21i2.94606