Inveja em Hobbes: Leviatã como rei dos soberbos
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v20i3.91975Palavras-chave:
Hobbes, inveja, afetos, leis naturais, EstadoResumo
O texto defende que afetos tais como orgulho, vaidade, inveja, busca de honra e glória, são estruturantes para a argumentação hobbesiana. Sustenta-se que sem tais afetos o estado de natureza não seria um estado de guerra, mas um estado de paz e concórdia, como defendido por Locke. Ademais, sem a consideração de tais afetos, o design do Leviatã seria fundamentalmente diferente, visto que as leis naturais que devem configurá-lo, só são compreensíveis em seu conteúdo se se pressupuser a autoconservação de seres orgulhosos, vaidosos, invejosos e que buscam honra e glória. Sem tal consideração, o Estado não só se mostraria ineficaz enquanto dispositivo de segurança para os humanos, como seria instável. Portanto, pressupor e conter tais traços afetivos é fundamental para a viabilidade e a estabilidade do Leviatã. Por fim, o texto desenha uma hipótese a respeito dos fundamentos a partir dos quais o ser humano apresenta tais traços afetivos, bem como a respeito do modo de conhecê-los.
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