Plotino e o ceticismo

Autores

  • Mauricio Marsola

DOI:

https://doi.org/10.5380/dp.v4i2.8282

Palavras-chave:

Ineffability, sceptical doubt, intellect, truth, Inefabilidade, dúvida cética, Intelecto, verdade, conhecimento de si

Resumo

O que segue é apenas o conjunto de algumas hipóteses de trabalho a respeito da presença de argumentos céticos nas Enéadas, particularmente no tratado V 3 [49]. O ceticismo apresenta-se no interior de um variegado de argumentos dos quais Plotino se vale contra teses que ele pretende criticar. Tais teses dizem respeito: a) ao conhecimento sensível, toma do como fonte do conhecimento verdadeiro, cujo questionamento leva Plotino a compreender que a verdade situa-se em outra instância que não a esfera do sensível; b) à identidade entre o Intelecto e seu conteúdo, no plano inteligível; c) ao questionamento da possibilidade de que o Intelecto divino, em seu sentido aristotélico, seja o princípio primeiro da realidade; d) à problemática da inefabilidade do Primeiro Princípio. Nossa estratégia será a de: a) abordarmos algumas hipóteses acerca da estrutura do inteligível e da possibilidade do conhecimento de si, identificando quais são os usos plotinianos de tal estrutura e como ela pode ser mobilizada na crítica ao Intelecto, se tomado como princípio. Desse problema decorre b) a identificação da presença do ceticismo na questão da negatividade fundamental do Primeiro Princípio inefável, que denota a impossibilidade absoluta de introduzir qualquer relação de alteridade e exterioridade provindas de nossas afecções, em nosso discurso sobre o Uno. Tais referências ao ceticismo levam-nos a considerar seu papel, como modus operandi, no interior da metodologia filosófica plotiniana. Nossa preocupação, portanto, é essencialmente metodológica.


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Como Citar

Marsola, M. (2007). Plotino e o ceticismo. DoisPontos, 4(2). https://doi.org/10.5380/dp.v4i2.8282