A Função das Dúvidas Céticas nas Meditações de Descartes

Autores

  • Flavio Williges Universidade de Santa Cruz do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5380/dp.v4i2.8181

Palavras-chave:

Descartes, skeptical doubts, science, skepticism, epistemology, dúvidas céticas, ciência, ceticismo, epistemologia

Resumo

O objetivo central deste artigo é sustentar que as hipóteses céticas presentes na Primeira Meditação, especialmente a dúvida acerca das coisas materiais, devem ser entendidas como uma espécie de exercício mental proposto como expediente para fragilizar a confiança nos sentidos e preparar o leitor das Meditações para a apreensão de verdades acessíveis à luz da razão. Nesse sentido, pretende-se mostrar que a dúvida cética desempenha, na economia das Meditações, uma função muito mais positiva, construtiva, do que propriamente negativa, de instauração do ceticismo filosófico acerca do mundo exterior, tal como ela tem sido freqüentemente representada nos debates epistemológicos contemporâneos. A estratégia que permitiu tal leitura consistiu em valorizar o aparecimento das dúvidas céticas no interior de um texto escrito em estilo meditativo e em destacar certos elementos das circunstâncias intelectuais que envolveram a revolução científica vivenciada por Descartes.

Biografia do Autor

Flavio Williges, Universidade de Santa Cruz do Sul

Professor e Coordenador do Curso de Filosofia da Universidade de Santa Cruz do Sul, Doutorando em Filosofia no PPG de Filosofia da UFRGS

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Como Citar

Williges, F. (2007). A Função das Dúvidas Céticas nas Meditações de Descartes. DoisPontos, 4(2). https://doi.org/10.5380/dp.v4i2.8181