O xamanismo na era de sua reprodutibilidade técnica

Autores

  • Pedro Peixoto Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.5380/dp.v16i2.70262

Palavras-chave:

xamanismo, tecnologia, máquinas, ciborgue, perspectivismo

Resumo

Desde os anos 1990, Laymert Garcia dos Santos vem, não apenas articulando sinergias consistentes do
xamanismo yanomami com a arte contemporânea, como também reiteradamente colocando à prova a hipótese,
via de regra formulada nos termos de Gilbert Simondon, de que “o primeiro técnico é o pajé, o medicine man, [...] [o]
xamã”, que “traz para sua comunidade um elemento novo e insubstituível produzido num diálogo direto com o mundo,
um elemento escondido ou inacessível para a comunidade até então”. Proponho neste texto retomar alguns casos
etnograficamente documentados de “xamaquinismos” audiovisuais à luz da hipótese simondoniana reformulada por
Garcia dos Santos: se os xamãs são os primeiros técnicos, não seria pelo mesmo motivo que são também os primeiros
artistas?, i.e.: por operarem reticularmente, sobre nós de articulação entre realidades normalmente incompatíveis?;
por acessar, em bloco e de forma controlada, num aqui-agora singular, a presença de grandes potências normalmente
dispersas num alhures-outrora inacessível e incontrolável?

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Publicado

2019-11-19

Como Citar

Ferreira, P. P. (2019). O xamanismo na era de sua reprodutibilidade técnica. DoisPontos, 16(2). https://doi.org/10.5380/dp.v16i2.70262

Edição

Seção

Gilbert Simondon