A piedade no Emílio: solução possível para leitura smithiana do Segundo Discurso?
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v16i1.59238Palavras-chave:
Jean-Jacques Rousseau, Adam Smith, economia política, piedade, filosofia moral, EmílioResumo
Não é anódino que Adam Smith, em célebre carta para a Edinburgh Review, tenha ressaltado passagens relativas a problemas de filosofia moral do Discurso sobre a desigualdade. Chegando a aproximar Rousseau de Mandeville, distancia-os, contudo, por meio de um conceito fundamental: a piedade. Nesse artigo, examinaremos as consequências dessa leitura, analisando-a, no entanto, sob a luz de Emílio. Mais precisamente, pretendemos desenvolver a seguinte hipótese: enquanto o Segundo Discurso (1755) apresenta-se como um diagnóstico crítico da moral do “sistema dos políticos modernos”, no Emílio (1762) encontramos uma solução possível, através da educação do homem no percurso da formação do juízo, para os problemas morais impostos aos indivíduos da sociedade comercial. Examinaremos detidamente esse segundo momento, ou seja, verificaremos se as noções desenvolvidas de amor de si, identificação e piedade, podem indicar a posição do pensamento rousseauniano em relação ao debate filosófico-moral ligado à economia política de seu tempo.
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