Natureza e artifício: Leibniz e os modernos sobre a concepção dos corpos orgânicos como máquinas
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v15i1.57142Palavras-chave:
natureza, artifício, organismo, máquina, mecanicismo, teleologiaResumo
Na modernidade, a distinção entre natureza e artifício desaparece, a ponto das máquinas feitas pelos homens se tornarem modelos privilegiados para a explicação dos corpos natu- rais, como se depreende a partir de textos de Bacon, Descartes, Hobbes, dentre outros. Essa nova relação entre natureza e artifício é correlata da mecanização e da destituição de fins na natureza, na medida em que a adoção da mecânica como modelo de explicação da natureza está atrelada à rejeição da utilização das causas finais na física e à concepção de que os corpos são desti- tuídos de princípios imanentes de movimento ou de qualquer princípio incorpóreo que os predispo- nha a um processo de mudança teleologicamente estruturado e orientado. Leibniz também con- cebe a natureza como artifício e os corpos orgânicos como autômatos, mas a sua concepção de cor- pos naturais como máquinas artificiais vai ainda mais longe, a ponto de caracterizar o natural como aquilo que traz em si o caráter de artificial mais do que o próprio artificial. Entretanto, diferente- mente de Bacon, Descartes e Hobbes, Leibniz utiliza a analogia de natureza como máquina e a aprofunda justamente para argumentar que a natureza é teleologicamente estruturada, sendo que a diferença entre as máquinas feitas pelos homens e as naturais ou divinas reside no fato de que enquanto aquelas possuem uma finalidade meramente extrínseca, estas possuem uma finalidade imanente inscrita em cada uma das suas partes ao infinito.
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