Psiquiatrizar e judicializar: a constituição histórica da Psiquiatria, no Vigiar e Punir
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v14i1.56535Palavras-chave:
saber, verdade, poder, psiquiatria, criminologia, direito penalResumo
O objetivo deste artigo é interrogar acerca do modo pelo qual no Vigiar e Punir (1975) Foucault retoma o problema da constituição histórica da Psiquiatria. Procura-se entender os caminhos que esse problema percorre a partir da publicação da História da Loucura (1961), recorrendo-se, principalmente, aos cursos ministrados no Collège de France. Com isso, tentamos mostrar o quanto o projeto teórico-metodológico do Vigiar e Punir, se constitui a partir de uma severa autocrítica à História da Loucura. Nesse processo de autocrítica, a constituição histórica da Psiquiatria é revista de tal modo que possamos compreender o quanto a própria Psiquiatria, que no começo do século XIX, restringia-se ao tratamento dos loucos no interior do hospital psiquiátrico transforma-se, no decorrer daquele século, no discurso que estabelece, para toda a sociedade, a separação clara e distinta entre normal e patológico. Aliado da Criminologia e do Direito Penal, o discurso psiquiátrico passa a integrar, de modo decisivo, o processo de patologização e judicialização da vida cotidiana.
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