Carne e Espelho em Merleau-Ponty

Autores

  • Emmanuel de Saint Aubert CNRS, ENS, Archives Husserl de Paris, Paris, França

DOI:

https://doi.org/10.5380/dp.v9i1.29091

Palavras-chave:

Carne, Espelho, Imagem Corporal, Percepção, Intercorporeidade

Resumo

Entrelaçada com estruturações naturais e história pessoal, a carne, na concepção gradualmente  forjada  por  Merleau-Ponty,  é  nutrida  pelas  influências  combinadas  da neurologia, Gestalt psicologia e psicanálise. Essa tripla influência sustenta um tema recorrente em seus últimos escritos: o espelho. "A carne é um fenômeno de espelho", nos diz Merleau-Ponty. Os manuscritos não publicados revelam que esta famosa sentença não se refere diretamente a  Husserl,  nem  a  Wallon  e  Lacan,  mas  é conduzida pelas  leituras contemporâneas  de  Paul  Schilder e Wolfgang Metzger,  que  estudam  o  fenômeno  de migrações distanciadas da imagem corporal na visão.  O espelho mistura corpo objetivo e corpo fenomenal, em uma comunidade efetiva entre meu corpo vivido e sua imagem externa. Ele mostra como a carne vive tanto em si quanto fora de si, animada por uma incompletude essencial que envolve a percepção em um processo de incorporação e, consequentemente, aponta para a intercorporeidade.

 

 

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Como Citar

de Saint Aubert, E. (2012). Carne e Espelho em Merleau-Ponty. DoisPontos, 9(1). https://doi.org/10.5380/dp.v9i1.29091

Edição

Seção

Merleau-Ponty