História sem Redenção: a oposição a Bossuet e a gênese da filosofia da história voltairiana
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v9i3.27461Palavras-chave:
Voltaire, filosofia da história, teologia da história, redenção, progresso, erro.Resumo
presente trabalho busca explicitar alguns elementos da concepção voltairiana da história (e do historiador). A intenção não é a de inventariar, segundo uma ordem cronológica, a formação de uma filosofia da história em Voltaire, mas tão somente apresentar uma face dessa gênese, a saber, a crítica à teologia da história, que se encontra embasando aquele ponto de vista. Não há dúvida de que o erro faz parte do homem. Assim como a superstição, o fanatismo, o ódio, o crime, a guerra e todos os demais efeitos do erro. No entanto, à força de destruir o erro, a verdade foi cultivada. Com efeito, o combate ao erro é um impulsionador dos homens e semelhante guerra se passa na história: a história dos progressos do espírito. Não há uma condenação perpétua do homem à ignorância e, por isso mesmo, não faz sentido conceber a história a partir de uma redenção, que indica à humanidade sua incapacidade de encontrar, por si mesma, os caminhos da superação de seus erros. Uma história sem redenção; estamos diante de uma das ambições mais importantes do pensamento voltairiano. Com ela nasce o desejo de eliminar o miraculoso, o misterioso que envolve o entendimento da história, retirando-lhe a crença ingênua no fantástico, por um lado, e a névoa espessa que a culpa e a criminalidade original lhe impuseram, por outro.
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