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A amizade em Aristóteles: Política, III, 9 e Ética Nicomaqueia, VIII

Inara Zanuzzi

Resumo


Na Política, III, 9, Aristóteles desaprova a distribuição de poder da constituição
democrática dizendo que esta serve ao fim da amizade, a saber, a convivência, mas não ao
fim político. Nosso propósito aqui é procurar esclarecer por que uma comunidade política
não é, sem qualificação, uma comunidade de amigos, utilizando-nos da definição e análise
aristotélica da amizade na Ética Nicomaqueia, VIII. O resultado obtido é que toda associação,
inclusive a política, tem um tipo de amizade que lhe é relativa, determinado pelo seu
fim e pela distribuição das funções e das vantagens. A associação política tem por fim algo
diverso da mera convivência. Por isso, é na medida em que a distribuição é feita para obter
esse fim que existe alguma amizade entre os membros da associação política e não na
medida em que esses querem simplesmente conviver uns com os outros, como implicitamente
suposto na distribuição democrática.

Palavras-chave


Aristóteles; Amizade; Política; Constituição; Finalidade

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dp.v7i2.24085