RESISTÊNCIAS NEGRAS INFANTIS NO CIBERESPAÇO
DOI:
https://doi.org/10.5380/jabs.v1i1.86184Resumo
Este artigo problematiza um fenômeno que estamos identificando no Brasil e intitulamos de resistências negras infantis. Acreditamos que a tecnologia tem sido utilizada pelos ativistas negros e negras possibilitando ações de empoderamento que se espalham rapidamente por diferentes pontos do país. Para coleta do material privilegiamos informações sobre crianças negras que circularam em diferentes meios de comunicação a partir dos princípios da etnografia virtual conforme nos apresentam Gebera (2008). Foram encontradas crianças com idades entre 05 e 13 anos cuja atitude de empoderamento teve repercussão em âmbito nacional e internacional. Destas, quatro serão apresentadas neste artigo. Nossas análises para compreender as vozes dessas crianças tomou o conceito de Resistência desenvolvido por Giroux (1986) e as ideias de Hall (1997,2016) sobre Representações, consoante com a perspectiva da Sociologia da Infância, bem como, nos amparamos em autores do campo dos estudos das relações étnico-raciais e infância no Brasil para melhor entendermos seus significados. O que encontramos nos aponta que a expressão das lutas empreendidas pelos Movimentos Negros tem também ocupado o espaço alternativo da comunicação virtual com isso entra em cena ativistas cada vez mais jovens dentre estes também crianças pequenas.
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