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Shopping centers em Curitiba: produção de novos espaços de consumo

Ana Helena Corrêa de FREITAS GIL

Resumo



Vivemos em uma sociedade que tem como atividades dominantes
a produção e consumo de mercadorias e serviços em
grande escala, envolvendo as pessoas em um eterno círculo
de ocas. A mercadoria assume um papel importante na
estruturação da sociedade. Assim, o ato de consumir é antes
de tudo uma ação social que se mantém por meio de uma
atmosfera de consumo, em que todos têm algo para vender,
seja a força do trabalho, sejam mercadorias concretas.
Anthony Giddens (1989) analisa o espaço como um produto
da ação humana. Nesta perspectiva, a transformação nas
formas de comércio teve resultados diretos nas práticas das
pessoas. Embutidos nessa evolução, aparecem no Brasil, nos
anos oitenta do século XX, os grandes shopping centers, considerados
templos de consumo, que exercem forte influência
na cidade em geral, e principalmente no perfil dos moradores
e consumidores. O shopping center representa uma
mistura entre o encontro social e comercial, incorporando em
seu interior elementos históricos da antiga cidade, incentivando
uma ação social imaginada e transformando a experiência
dos consumidores para uma nova cidadania. Na nossa
pesquisa mostramos como o cenário dos shopping centers
já é bastante diferenciado na atualidade, mostrando uma
tipologia específica. Assim, os grandes empreendedores dos
shopping centers procuram recriar elementos de tradição inventada,
como algumas fachadas preservadas para manter
o estilo clássico, como por exemplo, o Shopping Mueller, localizado
em Curitiba. Nesta perspectiva, os shopping centers
acabam competindo cada vez mais com os recursos de lazer
realizados na própria cidade, tendo como vantagens um ambiente
climatizado, limpo e relativamente seguro. Em conseqüência
dessas reflexões, o shopping center é muito mais do
que um empreendimento comercial. Ele participa numa forma
de estruturação da sociedade pós-moderna que incorpora
o consumismo como um método efêmero de criar identidades
passageiras e exóticas.


Palavras-chave


Shopping center; lazer; consumo; mercadoria.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v7i0.3358