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A ANGÚSTIA MÉDICA: REFLEXÕES ACERCA DO SOFRIMENTO DE QUEM CURA

André Luiz Picolli da Silva, Mário Aurélio Aguiar Teixeira

Resumo


Pretende-se demonstrar como o status socialalcançado pela Medicina, acaba se transformando em umfator gerador de angustia e adoecimento para a classemédica como um todo. No cotidiano das instituições desaúde, é possível observar como os profissionais deMedicina são revestidos de um poder social que, ao mesmotempo em que lhes fornece grande prestigio, lhes cobraresponsabilidades extremas. A sociedade exige cada vezmais, que o médico seja capaz de solucionar de maneirarápida eficiente e certeira todos os problemas que lhe sãoapresentados, desconsiderando as limitações humanas desseprofissional. Estranhamente, essa forma de pensar e de agiré incentivada pela própria formação acadêmica, pois esta, fazcom que o estudante de Medicina, futuro médico, acrediteque possua qualidades quase sobre-humanas. Porém, aodeparar-se com a realidade limitadora do cotidiano, o médicojá formado, frustra-se ao perceber a impossibilidade deesgotar toda a demanda que lhe é apresentada, na forma que lhe é exigido. Dessa maneira, acaba desenvolvendosentimentos de angústia profunda, decorrentes dessafrustração. Como seu status social desaprova ademonstração de sinais de dificuldade ou insegurança, omédico se auto-proíbe de externalizar a angústia sentida,acabando por abafar seus sentimentos, sofrendo calado eisolado, construindo sua própria prisão, transformando-se emum ser que sofre, sem mostrar que sofre. Desse modo, esteartigo objetiva ser um chamado de alerta não só para a classe médica, mas também, para todos os que trabalham na área da Saúde, no sentido de repensarmos nossas formas deatuação enquanto profissionais.

Palavras-chave


Medicina; Formação acadêmica; Angústia, Saúde; Médico.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v7i1.32560