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LINFOMA ESPONTÂNEO EM CAMUNDONGO Mus musculus – RELATO DE CASO

Carolina Fontana, Arthur Colombari Cheng, Juliana das Chagas Goulart, Karim Cristhine Pase Montagnin, Joana Cristina Smaha de Jesus Lima, Carolina Fucks de Souza, Ronaldo José Piccoli, Aline de Marco Viott

Abstract


Os linfomas são neoplasias de origem hematopoiética originados a partir da proliferação de linfócitos. A formação destas neoplasias se dá principalmente em baço, linfonodos e fígado, entretanto podem se desenvolver em qualquer órgão devido as concentrações de linfócitos circulantes. Na Medicina Veterinária, são classificados quanto a sua distribuição anatômica, morfologia celular e organização histológica (MORRIS & DOBSON,2001). Tumores hematopoiéticos estão entre as grandes causas de mortalidade e morbidade em animais de laboratório, sendo observados em camundongos de quase todas as linhagens, principalmente nas consanguíneas. Dentre os linfomas espontâneos em camundongos, a forma mais relatada é o Linfoma de Células B Folicular, envolvendo principalmente o baço, placas de Peyer e linfonodos mesentéricos (PERCY & BARTHOLD, 2007). Relata-se os aspectos clínicos, macroscópicos e microscópicos de um caso de linfoma espontâneo em camundongo (Mus musculus) diagnosticado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Palotina. Foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR, Setor Palotina, um camundongo, fêmea, de um ano de idade apresentando dispneia e aumento de volume abdominal, após a avaliação física o paciente foi encaminhado para avaliação ultrassonográfica de abdômen evidenciando deposito de gordura abdominal abundante e enterite. Após a liberação do paciente, o mesmo evoluiu para óbito sendo encaminhado para necropsia no LPV. Macroscopicamente, observou-se mucosas oculares pálidas, acentuada esplenomegalia, e fígado difuso e acentuadamente amarelado, pulmão inflado moderadamente hiperemico além de linfoadenomegalia de linfonodo mesentérico. Na avaliação histológica dos tecidos hepático, esplênico, pulmonar, renal, ovariano, cardíaco e de linfonodo mesentérico haviam áreas de proliferação neoplásica de células redondas, altamente celular, mal demarcada, não encapsulada e infiltrativa. As células eram arranjadas em mantos de células bem agrupadas sobre estroma fibrovascular escasso. As mesmas eram arredondadas a poligonais com limites celulares distintos; o citoplasma era escasso, basofílico, homogêneo; o núcleo redondo, paracentral, cromatina frouxa e um a dois nucléolos evidentes, por vezes o núcleo era irregular, com aspecto multilobular e cromatina condensada (flower cells). Havia anisocitose e anisocariose acentuada e oito mitoses por cga. Notou-se moderada quantidade das células neoplásicas nos vasos sanguíneos (êmbolos neoplásicos). Os achados histopatológicos associados as alterações clinicas do paciente foram compatíveis com o diagnóstico de linfoma, sugerindo-se linfoma de grandes células B do mediastino ou Linfoma anaplasico em decorrência da presença de flower cells. A histopatologia é uma ferramenta diagnóstica de extrema importância para melhor conduta terapêutica.

Keywords


oncopatologia, roedores, linfossarcoma



DOI: http://dx.doi.org/10.5380/avs.v15i5.76752