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TALIAN: LÍNGUA NEGADA E (RE)CONHECIDA PELOS DESCENDENTES VÊNETOS DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

Karine Marielly Rocha da Cunha, Diego Gabardo

Resumo


Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN, o Talian é uma das autodenominações para a língua de imigração falada no Brasil em algumas regiões de ocupação italiana, desde 1875. O Centro de Estudos Vênetos no Paraná – CEVEP tem essa língua como principal objeto de estudo e atribui à mesma o conceito de Ortale (2016) sobre língua de herança. Neste trabalho pretendemos ilustrar o resultado de algumas entrevistas realizadas com descendentes de imigrantes de segunda e terceira gerações, em sua maioria de origem vêneta e moradores de Curitiba e Região Metropolitana. O nosso escopo é analisar e entender a percepção de pertencimento desses imigrantes à cultura italiana e de como o Talian tem contribuído – ou não – para esse processo. A motivação para desenvolver tal análise nasce do fato de que, durante a Campanha de Nacionalização de Vargas era vetado exprimir-se em outra língua diferente do português. Isso fez com que muitos descendentes negassem a sua língua de herança, seja por medo ou por vergonha, fato que se reflete nas gerações seguintes. Apresentamos excertos das entrevistas que retratam tal sentimento de forma a reconstruir o processo de reconhecimento ou negação da identidade italiana pela memória discursiva como aborda Payer (2006).


Palavras-chave


Talian; Língua de Herança; Repressão Linguística; CEVEP.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v15i6.76866