SECAS E OS IMPACTOS NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Autores

  • Valesca Rodriguez Fernandes Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais https://orcid.org/0000-0002-2571-7337
  • Ana Paula Martins do Amaral Cunha Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais https://orcid.org/0000-0002-9924-6523
  • Luz Adriana Cuartas Pineda
  • Karinne R. Deusdará Leal
  • Lidiane C. O. Costa
  • Elisangela Broedel
  • Daniela de Azeredo França
  • Regina Célia dos Santos Alvalá
  • Marcelo E. Seluchi
  • José Marengo

DOI:

https://doi.org/10.5380/rbclima.v28i0.74717

Palavras-chave:

Seca agrícola, Região Sul, Índices de Secas, Seca hidrológica.

Resumo

Embora eventos de secas sejam menos frequentes na Região Sul, se comparado com outras regiões do Brasil, quando ocorrem impactam o abastecimento de água, produção agrícola e a geração de energia elétrica. Portanto, a avaliação dos impactos da seca no setor agrícola e nos recursos hídricos, são de extrema importância para a gestão de riscos nesta região. Neste estudo avaliou-se os principais eventos de secas e seus impactos entre 1998 a 2020 (maio) na Região Sul do Brasil. Para isto, foram utilizados índices de secas calculados a partir de dados de precipitação, vazão e dados derivados de satélite. De acordo com o Índice de Precipitação Padronizada (SPI), o evento mais severo de seca ocorreu no estado do Paraná em 2006. Como consequência, registrou-se valores de área agro-produtivas afetada acima de 80% e seca hidrológica excepcional na bacia hidrográfica afluente (BHA) à usina hidrelétrica (UHE) Segredo, segundo o Índice de Vazão Padronizada (SSFI), além de vazões afluentes abaixo do percentil 90 durante 50% do ano. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os eventos de secas de maior severidade ocorreram em 2012/2013. Apesar disso, os percentuais de áreas agro-produtivas afetadas foram inferiores aos verificados para 2019/2020. Com relação aos recursos hídricos, o SSFI indicou seca excepcional na BHA ao reservatório da UHE Passo Real, e foi observada vazão abaixo do percentil 90 no primeiro semestre de 2012. No evento de seca 2019/2020, o primeiro trimestre de 2020 foi o mais crítico em termos de intensidade e expansão, como mostrado pelo Índice Integrado de Seca, em que 100% dos municípios de toda a região foram classificados em condição de seca. O impacto deste evento pode ser observado pelo SSFI da BHA ao reservatório da UHE Itaipu, com menores valores registrados a partir de janeiro de 2020. Este evento pode estar associado à influência da fase negativa da Oscilação Decadal do Pacífico e condições de neutralidade no Pacífico Equatorial.

Biografia do Autor

Valesca Rodriguez Fernandes, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

Possui graduação (2010) em Meteorologia, na Universidade Federal de Pelotas, mestrado (2012) em Meteorologia com enfâse em agrometeorologia e modelagem na Universidade Federal de Alagoas (UFAL-ICAT) e doutorado (2018) em Meteorologia no INPE com atuação na área de meteorologia sinótica e climatologia, com enfâse no estudo da atividade convectiva das escalas submensal e intrasazonal. Tenho experiência profissional na área operacional do monitoramento de tempestades severas e previsão de curto/curtíssimo prazo de tempo severo e de tempo. Atualmente, atua como bolsista pesquisadora no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), na área de análises e monitoramento de secas no Brasil.

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Publicado

2021-05-27

Como Citar

Fernandes, V. R., Cunha, A. P. M. do A., Pineda, L. A. C., Leal, K. R. D., Costa, L. C. O., Broedel, E., … Marengo, J. (2021). SECAS E OS IMPACTOS NA REGIÃO SUL DO BRASIL. Revista Brasileira De Climatologia, 28. https://doi.org/10.5380/rbclima.v28i0.74717

Edição

Seção

Artigos