INFLUÊNCIA DOS MODOS DE VARIABILIDADE CLIMÁTICA SOBRE EVENTOS DE RESSACAS NO LITORAL SUL DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.5380/rbclima.v28i0.72614Palavras-chave:
Modelo Global Ocean Wave, Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul, Modo Anular do Sul, El Niño Oscilação Sul, Tempestades.Resumo
A partir de dados de reanálise de ondas entre os anos de 1948 e 2008 do modelo GOW para o litoral sul do estado de Espírito Santo e da superposição dessas informações com os índices ENSO e SAM, obtidos através da Administração nacional oceânica e atmosférica dos EUA (National Oceanographic and Atmospheric Administration - NOAA), descreveu-se o clima de ressacas marinhas e determinou-se como ENSO e SAM atuam sobre o bloqueio gerado pelo ASAS e alteram os padrões associados a energia, número e evolução das ressacas marinhas extremas associadas grande energia de onda acumulada durante sua passagem. Ressacas marinhas foram definidas como eventos com alturas de ondas superiores à média dos 5% das ondas mais altas do banco dados (H5%) e duração mínima de 24 horas. Os resultados apontaram 208 eventos de ressacas entre 1948 e 2008, com altura limite mínima para ondas de 1,72 m, duração média de 2 dias e direção preferencial de sul/sudeste. No entanto, ressacas com maiores energias acumuladas foram provenientes do quadrante leste e possuem duração máxima de 7 dias. A distribuição temporal das ressacas mostrou maiores números de ressacas com menores durações na primavera e maiores energias de ondas durante o inverno, como reflexo de ressacas mais duradouras nesta estação. A comparação aponta que 53% das ressacas ocorreram sob condições de ENSO neutro combinado com a fase negativa do SAM (56%), salvo durante o verão, no qual as ressacas ocorreram sob efeito de ENSO negativo (50%) e SAM positivos (83%). As ressacas de maior energia se deram preferencialmente com ENSO negativo (2/3) e SAM positivo (2/3), diferentemente das demais ressacas. A combinação de ENSO negativo com SAM positivo resultou no evento com maior energia de onda acumulada, já a combinação com SAM negativo associou-se com a ressaca de menor energia acumulada dentre as demais. Em termos de evolução energética, ressacas associadas com SAM positivo apresentaram um padrão similar de aumento energético, que ocorreu de forma gradual deste o primeiro dia. O decaimento energético foi similar para as ressacas associadas ao ENSO negativo, com a ressaca se dissipando de forma constante após atingir o pico, com ENSO positivo, apresenta dois picos energéticos antes de se dissipar. Os autores concluem que a migração sazonal do ASAS foi o principal controle do padrão de número e intensidade dos eventos de ressacas. Os modos ENSO e SAM atuam de forma secundária na formação e a evolução das ressacas. A influência do ENSO foi de interferir na intensidade do ASAS, enquanto que a atuação do SAM definiu a intensidade das ressacas. Ressalta-se que a atuação combinada de ENSO e SAM permitiu a ocorrência de ressacas, mesmo durante o cenário de ASAS desfavorável. Além de favorecer a formação de ressacas extremamente energéticas, cuja combinação de ENSO e SAM conferiram características distintas na evolução energética de cada evento. A temporada de ressacas no litoral sul do Espírito tem seu auge entre os meses de julho e setembro e é caracterizada por eventos duradouros e energéticos que evoluem para eventos breves e mais frequentes. Dado a proveniência do quadrante sudeste e sua duração média de dois dias, a ondas de ressacas podem ser associadas a entradas de frentes frias.
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