ANÁLISE SINÓTICA E CLIMATOLÓGICA DO EXTREMO DE PRECIPITAÇÃO OCORRIDO EM MAIO DE 2017 NO CENTRO-OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
DOI:
https://doi.org/10.5380/rbclima.v27i0.72560Palavras-chave:
Análise sinótica, Climatologia Dinâmica, extremos de precipitação, teleconexõesResumo
O centro-oeste do estado de São Paulo é um relevante polo agrícola e industrial do Brasil, além de concentrar importantes cidades do estado. Eventos extremos de precipitação pluvial (chuva) trazem, portanto, graves consequências econômicas e sociais para esta região, e a previsibilidade de tais eventos é uma questão de grande importância e complexidade nos subtrópicos. Forte anomalia positiva de precipitação sobre todo o centro-oeste paulista foi observada no mês de maio de 2017, período em que climatologicamente as chuvas já estão reduzidas pela aproximação da estação seca, e o objetivo deste trabalho é investigar fatores de escalas sinótica e climatológica que resultaram nestas chuvas extremas. A presença de um anticiclone barotrópico anômalo sobre o Atlântico Sul, devido à propagação de um trem de ondas de Rossby desde os Oceanos Índico e Pacífico até o Oceano Atlântico, acarretou convergência de umidade sobre o Brasil Central durante o mês de maio de 2017, criando um ambiente propício para chuvas volumosas. Esta condição climática, em conjunto com a ocorrência de padrões sinóticos (Jatos de Baixos Níveis, passagem de cavados na média troposfera, divergência em altos níveis) criaram a condição para os extremos de precipitação observados. A circulação atmosférica em escala climática foi modulada principalmente por anomalias de temperatura da superfície do mar no Oceano Índico (Dipolo do Índico) e na região do Niño 1+2. A importância relativa destas duas regiões foi reforçada por uma análise de regressão múltipla mostrando que, climatologicamente, 42% da variabilidade da precipitação no mês de maio em Bauru (cidade localizada na região central do estado) pode ser explicada por condições de temperatura da superfície do mar nestas áreas. Tais resultados podem contribuir para melhorar a previsibilidade das chuvas extremas no centro-oeste de São Paulo durante o outono, associando-as a padrões climáticos bem estabelecidos.
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