GEOGRAFIA FÍSICA CRÍTICA, TOPOCLIMATOLOGIA ANDINA E O EXTRATIVISMO MINEIRO NO SALAR DE ATACAMA

Autores

  • Hugo Romero Departamento de Geografia da Universidad de Chile
  • Julio Cesar Paiva Departamento de Cartografia da Universidade Federal de Minas Gerais
  • Dustyn Opazo Departamento de Geografia da Universidad de Chile

DOI:

https://doi.org/10.5380/abclima.v0i0.64776

Palavras-chave:

Lítio, Comunidades Indígenas, Conflitos Socioambientais, Adaptação, Mudanças Climáticas

Resumo

A imposição de redes, estratégias e práticas de produção territorial por estados e empresas transnacionais estão reduzindo a resiliência das comunidades no que diz respeito aos eventos climáticos mais extremos. Nesse contexto, o presente artigo explora a atual luta das comunidades indígenas que resistem à mineração de lítio no Salar de Atacama, em meio ao Deserto do Atacama. A extracção de água através de poços profundos nos graus superiores do relevo, além de seu uso para produzir e industrializar o lítio estão ameaçando a sobrevivência de algumas comunidades andinas representantes da etnia atacameña. A partir da Geografia Física Crítica e da Climatologia Cultural, pretende-se contrapor o cosmopolitismo dos modelos de mudança do clima e sua falta de especificidade geográfica, sem a qual não é possível compreender a epistemologia, a ontologia e as metodologias de adaptação a tais mudanças. A climatologia geográfica cultural pode aprender muito a partir das formas, processos e estruturas de adaptação às mudanças e variabilidades apresentadas pelas comunidades que, em seu cotidiano, enfrentam os desafios causados pelas perturbações dos sistemas naturais e socioeconômicos em seus territórios, reconfigurando a disposição e o acesso aos recursos tradicionais. Caso não haja uma integração e coprodução entre as áreas científicas e populares, o conhecimento local dos topoclimas, as formas de adaptação às mudanças e variabilidades climáticas, e até mesmo as próprias comunidades tradicionais correm o risco de desaparecer devido à agressividade e à crescente presença de atores externos de natureza colonizadora.

Biografia do Autor

Hugo Romero, Departamento de Geografia da Universidad de Chile

Geógrafo, Doutor em Geografia, Professor do Departamento de Geografia da Universidad de Chile

Julio Cesar Paiva, Departamento de Cartografia da Universidade Federal de Minas Gerais

Geógrafo, Mestrando em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais - IGC/UFMG

Dustyn Opazo, Departamento de Geografia da Universidad de Chile

Geógrafo no Departamento de Geografia da Universidad de Chile

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Publicado

2019-06-15

Como Citar

Romero, H., Paiva, J. C., & Opazo, D. (2019). GEOGRAFIA FÍSICA CRÍTICA, TOPOCLIMATOLOGIA ANDINA E O EXTRATIVISMO MINEIRO NO SALAR DE ATACAMA. Revista Brasileira De Climatologia. https://doi.org/10.5380/abclima.v0i0.64776