IDENTIFICAÇÃO DE EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARÁ E SUA RELAÇÃO COM OS MODOS CLIMÁTICOS ATUANTES NOS OCEANOS PACÍFICO E ATLÂNTICO
DOI:
https://doi.org/10.5380/abclima.v27i0.64630Palavras-chave:
Extremos climáticos, TRMM, Amazônia Oriental, Modos de VariabilidadeResumo
Durante as últimas duas décadas, os extremos climáticos têm sido recorrentes na Amazônia, como secas intensas e períodos chuvosos mais prolongados que o normal, os quais invariavelmente exercem impactos na população e em diversos setores da economia. Por esse motivo, o presente estudo tem como objetivo investigar quantitativamente a frequência dos extremos climáticos secos (ExtSEC) e chuvosos (ExtCHU) através do cálculo do Standard Precipitation Index (SPI) nos dados de precipitação do satélite TRMM para os 143 municípios do estado do Pará no período de 1998 a 2015. Adicionalmente, analisam-se os modos climáticos tropicais dos Oceanos Pacífico e Atlântico associados à ocorrência dos distintos eventos extremos de precipitação. Os resultados indicaram que, em termos anuais, a ocorrência dos ExtCHU é relativamente maior (8 a 12%) do que os ExtSEC (2 a 8%). Em termos sazonais, os ExtCHU se distribuem regularmente ao longo dos quatro trimestres do ano, enquanto os ExtSEC ocorrem preferencialmente nos trimestres de DJF e MAM, sendo que em JJA se restringem ao setor nordeste e em SON predominam nos municípios situados no oeste/sul/sudeste do estado. As análises de composições revelaram que o modo climático El Niño no Oceano Pacífico e o modo gradiente do Atlântico com anomalias de TSM positivas na bacia norte e negativas na bacia sul provocam a inibição da atividade convectiva da ZCIT e explicam a ocorrência dos eventos de extremos secos em grande parte do estado. Inversamente, a presença concomitante da La Niña no Pacífico e do modo gradiente do Atlântico com TSM anomalamente negativa ao norte e positiva ao sul, intensificam os eventos da ZCIT na região e originam os extremos chuvosos na maior parte dos municípios do Pará.
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