O PADRÃO DE CHUVAS NA REGIÃO DO ABC PAULISTA: OS EXTREMOS E SEUS IMPACTOS

Autores

  • María Cleofé Valverde Universidade Federal do ABC
  • Andréa de Oliveira Cardoso Universidade Federal do ABC
  • Ricardo Brambila Universidade Federal do ABC

DOI:

https://doi.org/10.5380/abclima.v22i0.45929

Palavras-chave:

Chuvas extremas, ABC Paulista, Deslizamentos, Inundações.

Resumo

Este trabalho analisou o padrão de chuvas e seus extremos na região do ABC Paulista, localizada no setor sudeste da Região Metropolitana de São Paulo englobando os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Também, avaliaram-se os impactos das chuvas intensas, através da frequência de eventos de deslizamentos de terra, inundações e alagamentos. O resultado da climatologia (1968-1998) identificou os meses de janeiro e fevereiro como os mais chuvosos da região, sendo Ribeirão Pires e Mauá os municípios com maiores acumulados de chuva no verão. A comparação da climatologia com a média das chuvas de um período mais atual (1999-2014) mostrou um incremento no mês de janeiro em Diadema, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo e Santo André, acompanhado, em contrapartida, pela redução das chuvas anuais. Os impactos das chuvas intensas foram verificados na análise da variabilidade de índices climáticos de chuva, a qual acompanhou a frequência anual dos eventos de deslizamentos e inundações, identificando os anos de 2010 e 2011 como aqueles de maiores chuvas e consequentemente com a maior ocorrência de desastres. Os eventos de deslizamentos são mais frequentes no verão, com destaque para os municípios de Ribeirão Pires, Mauá e Santo André. Também, se identificaram tendências positivas no número de dias com chuvas ≥ 50 mm (R50mm) em todos os municípios, sendo este limiar de intensidade um deflagrador de eventos de deslizamentos e inundações em áreas mais susceptíveis. Finalmente verificaram-se locais no ABC Paulista que se caracterizaram por apresentar baixas (região leste de Mauá) e altas (Diadema) intensidades de chuva, independentemente do verão ser muito chuvoso (2010) ou seco (2014). Nestas mesmas condições de anos extremos, Santo André apresentou a mais alta frequência de deslizamentos e inundações, sem a caraterística de apresentar as maiores intensidades de chuvas.

Biografia do Autor

María Cleofé Valverde, Universidade Federal do ABC

Possui graduação em Meteorologia - Universidad Nacional Agraria La Molina (1990), mestrado (1996) e doutorado (2003) em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e Pós-doutorado em Climatologia e Variabilidade Climática no Centro de Ciências do Sistema Terrestre. Atualmente é professora de climatologia, hidrologia e ciências atmosféricas na Universidade Federal ABC, no curso Engenharia Ambiental e Urbana. Atuou como pesquisadora no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e no Centro de Ciências do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Clima, Variabilidade Climática, Hidro-climatologia e Mudanças Climáticas, atuando desde 2004, principalmente nos seguintes temas: avaliação de cenários futuros em modelos globais (IPCC) e regionais, análises e cálculo de índices de eventos extremos para cenários presentes e futuros, downscaling estatístico, estudos de vulnerabilidade social á extremos de clima, clima urbano, inundações e enchentes. Área de atuação complementária em metodologias estatísticas e redes neurais artificiais aplicadas a previsão de variáveis ambientais.

Andréa de Oliveira Cardoso, Universidade Federal do ABC

Possui graduação em Licenciatura e Bacharelado em Física pela Universidade Federal do Paraná (1998), mestrado em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (2001) e doutorado em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (2005). Trabalhou com previsão climática e avaliação de modelos junto ao Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e na área de aplicação de previsões meteorológicas à estimativa de produtividade agrícola, no Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI). Possui experiência em pesquisa aplicada a área de geração de energia elétrica, participando da área de pesquisa da empresa Delta Energia, realizando análises e previsões hidrológicas associadas ao clima. Atualmente, é professora na Universidade Federal do ABC (UFABC) onde desenvolve pesquisa e ministra aulas de Climatologia e Hidrologia ao curso de Engenharia Ambiental e Urbana. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Análise Multivariada, atuando principalmente nos seguintes temas: climatologia, agrometeorologia, teleconexões, desenvolvimento de modelos empíricos de previsão, avaliação e correção de modelos, estudos de variabilidade climática e eventos extremos.

Ricardo Brambila, Universidade Federal do ABC

Graduação em Analise e Desenvolvimento de Sistemas de Informação pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada - IBTA (2007), em São José dos Campos/SP. Graduação em Gestão Ambiental pela Universidade Norte do Paraná UNOPAR (2016), em São José dos Campos/SP. Pós-graduação (Lato sensu) Especialização em Gestão, Licenciamento e Auditoria Ambiental, na Universidade Norte do Paraná UNOPAR (2016), em São José dos Campos/SP. Mestrando no Programa Ciência e Tecnologia Ambiental na Universidade Federal do ABC - UFABC (previsão defesa dissertação em 2018), em Santo André/SP, bolsista CAPES com projeto de pesquisa Vulnerabilidade socioambiental na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e sua relação com a ocorrência de desastres ocasionados pelas chuvas. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação. Conhecimentos básicos em linguagens de programação: Java, C# (Dot Net Microsoft), HTML; softwares: ArcGIS, IBM SPSS Statistics, GRADs; sistemas operacionais: Windows e LINUX; pacote Microsoft Office (Access, Power Point, Word).

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Publicado

2018-04-17

Como Citar

Valverde, M. C., Cardoso, A. de O., & Brambila, R. (2018). O PADRÃO DE CHUVAS NA REGIÃO DO ABC PAULISTA: OS EXTREMOS E SEUS IMPACTOS. Revista Brasileira De Climatologia, 22. https://doi.org/10.5380/abclima.v22i0.45929

Edição

Seção

Artigos