COMPORTAMENTO ESPACIAL DA DENGUE E SUA RELAÇÃO COM O CLIMA NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

Autores

  • Gledson Bezerra Magalhães Universidade Federal do Ceará
  • Maria Elisa Elisa Zanella Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.5380/abclima.v12i1.32180

Palavras-chave:

Climatologia geográfica, Dengue, Região Metropolitana de Fortaleza

Resumo

O objetivo desse trabalho constituiu-se em analisar a manifestação da dengue na Região Metropolitana de Fortaleza entre os anos 2001 a 2009, relacionando a quantidade de casos e as incidências da doença com a infestação predial de seu principal vetor e com as características climáticas da região. Para isso, foram adquiridos dados de precipitação, temperatura do ar, infestação da larva do mosquito Aedes aegypti, número de casos e incidência de dengue. Confeccionaram-se mapas, gráficos e estabeleceram-se correlações estatísticas entre as variáveis. Nos anos de grandes quantidades de chuva e homogeneidade espacial da precipitação na quadra chuvosa, a maior quantidade de casos de dengue ocorreu entre um a dois meses depois dos grandes totais pluviométricos, o que não se verifica em anos com poucas precipitações onde a maior quantidade de casos de dengue ocorreu tanto no mês com maior total pluviométrico como em outros meses que tiveram precipitação ou que sucedeu em até 2 meses os picos de chuva. Nos anos em que ocorreram poucos casos de dengue, observou-se uma aleatoriedade espaço-temporal de seus casos, e aparentemente uma menor relação com os elementos atmosféricos. Já em anos de epidemia, nota-se uma relação mensal mais nítida entre número de casos e precipitação, assim como uma maior similaridade temporal no comportamento da dengue entre os municípios. Não se identificou relações entre as amplitudes térmicas mensais com os casos de dengue e de infestação do Aedes aegypti, todavia notou-se que as temperaturas mínimas, médias e máximas são favoráveis a propagação da doença. Apesar das correlações entre a temperatura do ar e os casos de dengue apresentarem resultados negativos, não se pôde afirmar que as menores temperaturas favorecem o aumento de casos de dengue mais do que as temperaturas máximas, devido ao fato de outros fatores, como a precipitação, terem uma influência maior na propagação da doença. 

Biografia do Autor

Gledson Bezerra Magalhães, Universidade Federal do Ceará

Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Especialista em Saúde Pública pela Universidade Estadaual do Ceará. Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará. Membro do Laboratório de Climatologia Geográfica e Recursos Hídricos da UFC, atuando principalmente nos seguintes temas: geografia da saúde e climatologia.

Maria Elisa Elisa Zanella, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (1987), mestrado em Organização do Espaço pela Universidade Estadual Paulista Rio Claro (1992) e doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (2006). Atualmente é professora da graduação e pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará, Coordenadora da pós-graduação em Geografia (Doutorado e Mestrado) e co-tutora do PET-Geografia. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Climatologia Geográfica e Meio Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: climatologia urbana, eventos extremos, impactos pluviais, risco ambiental e vulnerabilidade socioambiental.

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Publicado

2013-12-09

Como Citar

Magalhães, G. B., & Zanella, M. E. E. (2013). COMPORTAMENTO ESPACIAL DA DENGUE E SUA RELAÇÃO COM O CLIMA NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA. Revista Brasileira De Climatologia, 12(1). https://doi.org/10.5380/abclima.v12i1.32180

Edição

Seção

Artigos