USOS, SIGNIFICADOS E CONSERVAÇÃO DA PLANTA ESPADA DE SÃO JORGE, SANSEVIERIA ZEYLANICA, NA COMUNIDADE QUILOMBOLA BENEVIDES/PA.

Autores/as

  • Adão Souza Borges Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.5380/rt.v9i2.73877

Palabras clave:

Biodiversidade, Espada de São Jorge, Hermenêutica ricoueriana, Quilombolas, Símbolo.

Resumen

Neste artigo fazemos considerações sobre a relação da biodiversidade com os sujeitos amazônicos que protagonizam e resistem em prol do uso coletivo dos recursos naturais, quando a linguagem  e os significados se enquadram em elementos de resistência, porque  transitam no campo do sagrado.  Desta forma, buscamos compreender os usos, os significados e as formas de conservação da planta espada de São Jorge, Sansevieria zeylanca, pelos quilombolas da comunidade Benevides, em Aurora do Pará. O trabalho debruçou-se acerca de narrativas de quilombolas que utilizam a planta e sabem narrar sobre ela. Essas narrativas seguiram o exercício hermenêutico do filósofo francês Paul Ricouer, o qual discutiu em  sua obra A simbólica do Mal,  as  dimensões  que   o símbolo nos  remete: a linguagem, a imaginação poética e a compreensão de existência hermenêutica, o cogito,  que neste  texto  nos faz pensar numa cosmologia  quilombola.

Biografía del autor/a

Adão Souza Borges, Universidade Federal do Pará

Doutorando em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Pará, pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA), na linha de pesquisa Território e Política, Mestre em Linguagens e Saberes na Amazônia (UFPA/Bragança), graduado em Ciências Sociais, especialista em Docência no Ensino Superior- Novas Linguagens e Novas Abordagens (PUC MINAS), especialista em Educação do Campo, Desenvolvimento e Sustentabilidade (ICED/UFPA), especialista em Linguagens e Saberes na Amazônia (UFPA). Atua como pesquisador colaborador do Museu Paraense Emílio Goeldi no projeto Comunidades Tradicionais do Rio Capim. Atuou como professor colaborador do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), atualmente atua como professor substituto da Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus Bragança e exerce a função de professor (efetivo) da rede estadual de ensino da Secretaria de Educação do Governo do Estado do Pará. Atua na linha de pesquisa memória e saberes interculturais. O autor defendeu sua dissertação de mestrado intitulada Narrativas de Remanescentes de Quilombo: divergências e convergências na construção da identidade negra do Engenho do Calixto em Aurora/PA, pela UFPA/2014, Campus Bragança. Escreveu o capítulo do livro a ser publicado no ano em curso denominado Memórias, Narrativas e Identidades de Remanescentes de Escravos do Engenho do Calixto (Rio Capim/PA), no prelo, a ser publicado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. (Fonte: http://lattes.cnpq.br/4365429413733268. Acessado em 28/01/2021)

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Publicado

2020-11-19

Cómo citar

Borges, A. S. (2020). USOS, SIGNIFICADOS E CONSERVAÇÃO DA PLANTA ESPADA DE SÃO JORGE, SANSEVIERIA ZEYLANICA, NA COMUNIDADE QUILOMBOLA BENEVIDES/PA. Revista Relegens Thréskeia, 9(2), 270–283. https://doi.org/10.5380/rt.v9i2.73877

Número

Sección

Artigos