EMPREGO DE TÉCNICAS GEOMORFOMÉTRICAS NA IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES DE RELEVO

Authors

  • Willian Bortolini Universidade Federal do Paraná
  • Claudinei Taborda Silveira
  • Ricardo Michael Pinheiro Silveira

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v41i0.51724

Keywords:

Geomorfometria, Cartografia Geomorfológica, Mapeamento Geomorfológico, Modelo Digital de Elevação

Abstract

Técnicas geomorfométricas são cada vez mais aplicadas à cartografia geomorfológica, devido à facilidade de mensurações e extrações de parâmetros do relevo calculados a partir dos Modelos Digitais de Elevação (MDEs) que favorecem o mapeamento geomorfológico. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi aplicar essas técnicas como proposição para o mapeamento de padrões de relevo na escala 1:100.000, em conformidade com o quarto nível hierárquico da proposta taxonômica de Ross (1992). Para isso foram calculados os atributos topográficos do MDE amplitude altimétrica e média da declividade, utilizando raio circular de 750 metros e, posteriormente, discretizados em classes e combinados por meio de álgebra de mapa para a identificação dos padrões de relevo. O recorte geográfico adotado foram as cartas topográficas Pato Branco (MI2682) e Clevelândia (MI2683), localizados no sudoeste paranaense. Os padrões de relevo preliminarmente mapeados foram submetidos à verificação em campanha de campo, que ofereceu apoio para conferência e aperfeiçoamento. Em seguida foi estabelecida a menor unidade mapeável com dimensão de 1767,15 km2, assim áreas inferiores a esse valor foram agrupadas às unidades vizinhas. Como resultado foram identificado seis padrões de relevo: colinas, morrotes, morros, morros declivosos, e serras; submetidos ao controle por dissecação homogênea ou dissecação estrutural. A proposição ofereceu um método para identificar os padrões de relevo no quarto táxon, cuja aplicação foi satisfatória, demonstrando fidedignidade com a configuração geomorfológica da área de estudo.

References

AUGUSTIN, C. H.R.; FONSECA, B. M.; ROCHA, L. C. Mapeamento geomorfológico da Serra do Espinhaço Meridional: primeira aproximação. Geonomos. Ano 19. n. 2. p. 50 -69. 2011.

CASSETI, V. Geomorfologia. [S.l.]: [2005]. Disponível em: < http://www.funape.org.br/geomorfologia/> . Acesso em 29 de outubro 2016.

CARNEIRO, C. D. ; SOUZA, J. J. Mapeamento geomorfológico em escala de semidetalhe da região de Jundiaí -Atibaia. Revista Brasileira de Geomorfologia. Ano 4, n. 2. p. 17-30. 2003.

COLTRINARI, L. Cartografia geomorfológicadetalhada: a representação gráfica do relevo entre 1950-1970. Revista Brasileira de Geomorfologia. v.12, n.3, p.121-130, 2011.

CPRM -SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL; IPT -INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Cartas de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações -1:25.000. Ed. 1 (Nota técnica explicativa). Serviço Geológico do Brasil; Instituto de Pesquisas Tecnológicas. São Paulo, 2014.

DIKAU, R. The application of a digital relief model to landform analysis. In: RAPER, J. F. (Ed.), Three Dimensional Applications in Geographical Information Systems. Taylor & Francis, London, pp. 51–77, 1989.

DIKAU, R.; BRABB, E. E.; MARK, R. M. Landform Classification of New Mexico by Computer. Open File report 91-634. U.S. Geological Survey, 1991.

GERASSIMOV, I. P.; MESCHERIKOV, J. L. Morphostructure. In: FAIRBRIDGE, R. W. (Ed.). The encyclopedia of geomorphology. New York: Reinhold Book Corp., 1968.

HENGL, T. Finding the right pixel size. Computers & Geosciences. 32, 1283-1298, 2006.

HENGL, T.; REUTER, H. I. (eds.) Geomorphometry: Concepts, Software, Applications. Series Developments in Soil Science vol. 33, Amsterdam: Elsevier, pp. 31-64, 2009.

HENGL, T; MCMILLAN, R. A. Geomorphometry: A Key to Landscape Map and Modelling. In: HENGL, T.; REUTER, H. I.(eds.) Geomorphometry -Concepts, Software, Applications, Series Developments in Soil Science vol. 33, Amsterdam: Elsevier, pp. 433-460, 2009.

HUTCHINSON, M. F. Calculation of hydrologically sound digital elevation models. Paper presented at Third International Symposium on Spatial Data Handling at Sydney, Australia, 1988.

IBGE -INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual Técnico de Geomorfologia. 2 ed. Rio de Janeiro, 2009.

IWAHASHI, J. ; PIKE, R. J. Automated classification of topography from DEMs by an unsupervised nested-means algorithm and a three-part geometric signature. Geomorphology. 86, 409-440, 2007.

MESCERJAKOV, J. P. Les concepts de morphostruture et de morphosculture: un nouvel instrument de l’analyse géomorphologique. Annales de Géographie, Paris, t. 77, n. 423, p. 539-552, 1968.

MILANI, E. J.; FACCINI, U. F.; SHERER, C. M.; ARAÚJO, L. M.; CUPERTINO, J. A. Sequences and stratigraphic hierarchy of the Paraná Basin (Ordoviciano Cretaceous), Southern Brazil. Bol. IG USP, Série Científica no 29, p. 125-173, 1998.

MINÁR, J.; EVANS, I. S. Elementary forms for land surface segmentation: the theoretical basis of terrain analysis and geomorphological mapping. Geomorphology 95 (3–4), 236–259, 2008.

MINEROPAR -SERVIÇO GEOLÓGICO DO PARANÁ. Atlas geológico do estado Paraná. Minerais do Paraná, Curitiba, 2001.

MINEROPAR -SERVIÇO GEOLÓGICO DO PARANÁ. O Grupo Serra Geral no estado do Paraná: mapeamento geológico das cartas 1:250.000 de Guaíra, Guaraniaçu, Cascavel, Campo Mourão, Guarapuava, Pato Branco e Clevelândia. Vol 1 (Textos). Minerais do Paraná. Curitiba, 2013.

MINEROPAR -SERVIÇO GEOLÓGICO DO PARANÁ. O Grupo Serra Geral no estado do Paraná: mapeamento geológico das cartas 1:250.000 de Guaíra, Guaraniaçu, Cascavel, Campo Mourão, Guarapuava, Pato Branco e Clevelândia. Vol 2 (Anexos). Minérios do Paraná. Curitiba, 2013.

OKA-FIORI, C., SANTOS, L.J.C., CANALI, N.E., FIORI, A.P., SILVEIRA, C.T., SILVA, J.M.F., ROSS, J.L.S. Atlas geomorfológico do estado do Paraná: Escala base 1:250.000 modelos reduzidos. Minerais do Paraná; Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006.

PIKE, R. J.; EVANS, I., HENGL, T. Geomorphometry: A Brief Guide. In: HENGL, T.; REUTER, H. I. (eds.) Geomorphometry -Concepts, Software, Applications, Series Developments in Soil Science vol. 33, Amsterdam: Elsevier, pp. 3-30, 2009.

PONÇANO, W. L. (Coord.) et al. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo: IPT, 1981. 2 v. (Publicação IPT, 1 183; Monografias, 5).

ROBAINA, L.E.S; TRENTIN, R.; LAURENT, F. Compartimentação do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, através do uso de geomorphons obtidos em classificação topográfica automatizada. Revista Brasileira de Geomorfologia, São Paulo, v.17, n.2, p.287-298, 2016.

ROSS, J. L. S. Geomorofologia, Ambiente e Planejamento.S. Paulo, Ed. Contexto.1990.

ROSS, J. S.; MOROZ, I.C. Mapa geomorfológico do estado de São Paulo. São Paulo: Laboratório de Geomorfologia Depto de Geografia FFLCHUSP/Laboratório de Cartografia Geotécnica -Geologia Aplicada -IPT/FAPESP, 1997.

ROSS, J. S.Registro cartográfico dos fatos geomorfológicos e a questão da taxonomia do relevo. Rev. Geografia. São Paulo, IG-USP, 1992.

SAMPAIO, T.V.M. AUGUSTIN, C.H.R.R. Índice de Concentração da Rugosidade: uma nova proposta metodológica para o mapeamento e quantificação da dissecação do relevo como subsídio a cartografia geomorfológica. Revista Brasileira de Geomorfologia. v. 15, n. 1, p. 47-60, 2014.

SANTOS, L. J. C. et al. Mapeamento Geomorfológico do Estado do Paraná. Revista Brasileira de Geomorfologia. Ano 7,n. 2. p. 03-11. 2006

SILVA, J. M. F. Caracterização e mapeamento das unidades geomorfológicas da bacia do rio Pequeno, Antonina –PR. 2010. 93 f. Dissertação (Mestrado em Geografia). Departamento de Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2010.

SILVEIRA, R. M. P. Análise digital do relevo como apoio para a cartografia geomorfológica da porção central da Serra do Mar Paranaense. 2015. 123 f. Dissertação (Mestrado em Geografia). Departamento de Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2015.

SILVEIRA, R. M. P.; SILVEIRA, C. T. ; OKA-FIORI, C. Análise digital do relevo aplicada no mapeamento de unidades geomorfológicas. Revista Geografar, Curitiba, v. 7, n. 2, p. 43-68, 2012.

SILVEIRA, R. M. P.; SILVEIRA, C. T. ; OKA-FIORI, C. Emprego de técnicas de inferência espacial para identificação de unidades de relevo apoiado em atributos topográficos e árvore de decisão. Revista Brasileira de Geomorfologia, v.15, n.1, (Jan-Mar) p.87-101, 2014.

SILVEIRA, R. M. P.; SILVEIRA, C. T. Classificação hierárquica automatizada de formas do relevo no estado do Paraná apoiada na modelagem digital do terreno. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 08 n. 05, p. 1509-1523, 2015.

SILVEIRA, R. M. P.; SILVEIRA, C. T. Análise digital do relevo aplicada à cartografia geomorfológica da porção central da Serra do Mar Paranaense. Revista Brasileira de Geomorfologia , São Paulo, v. 17, nº 4, 615-629, 2016.

SMITH, M. J.; PARON, P.; GRIFFITHS, J. (eds.) Geomorphological Mapping: Methods and Applications. Developments in Earth Surface Processes vol 15, Elsevier, 2011.

SOUZA, L. F.; SAMPAIO, T. V. M. Aplicação do Índice de Concentração da Rugosidade à identificação de classes de dissecação do relevo: uma proposta de quantificação e automatização em ambiente SIG. III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife -PE, 2010.

TRENTIN, R.; ROBAINA, L. E. S.; SILVEIRA, C. T. Compartimentação geomorfométrica da bacia hidrográfico do rio Itú/RS. Revista Brasileira de Geomorfologia. v. 16, no 2, p. 219-237 , 2015.

TINÓS, T.M.; FERREIRA, V.V.; RIEDEL, P.S.; ZAINE, J.E. Aplicação e avaliação de metodologia de classificação automática de padrões de formas semelhantes do relevo. Revista Brasileira de Geomorfologia, São Paulo, v.15, n.3, p.353-370, 2014.

TOBLER, W. R. The development of analytical cartography —a personal note. Cartography and Geographic Information Science 27 (3), 189–194, 2000.

VASCONCELOS. V.; CARVALHO JÚNIOR, O. A.; MARTINS, E. S. COUTO JUNIOR, A. F.; GUIMARÃES, R. F.; GOMES, R. A. T. Sistema de classificação geomorfométrica baseado em uma arquitetura sequencial em duas etapas: árvore de decisão e classificador espectral, no Parque Nacional Serra da Canastra. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 13, n. 2, p. 171-186, 2012.

WEISS, A. Topographic Position and Landforms Analysis. Poster presentation, ESRI User Conference, San Diego, CA, 2001.

WILSON, J. P.; GALLANT, J. C. (eds.). Terrain analysis: principles and applications. New York: John Wiley & Sons, p.1-27, 2000.

WOOD, J. The geomorphological characterisation of digital elevation models. Leicester, UK, 1996. 185p. PhD Thesis -University of Leicester. Disponível em: http://www.soi.city.ac.uk/~jwo/phd.

ZALÁN, P. V.; WOLFF, S.; CONCEIÇÃO, J. C. J.; ASTOLFI, M. A. M.; VIEIRA, I. S.;APPI, V. L.; ZANOTTO, O. A. Tectônica e sedimentação da Bacia do Paraná. Atas do III Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia, Curitiba, 1987. v. 1: 441-477.

ZHOU, Q.; LEES, B.; TANG, G. (eds.). Advances in Digital Terrain Analysis. Series: Lecture Notes in Geoinformation and Cartography. Berlim: Springer-Verlag, 2008

Published

2017-08-28

How to Cite

Bortolini, W., Silveira, C. T., & Silveira, R. M. P. (2017). EMPREGO DE TÉCNICAS GEOMORFOMÉTRICAS NA IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES DE RELEVO. RA’E GA Journal - The Geographic Space in Analysis, 41, 131–150. https://doi.org/10.5380/raega.v41i0.51724