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CANDIDATO, PARTIDO E COLIGAÇÃO NA REELEIÇÃO DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL

Jayane dos Santos Maia

Resumo


No Brasil, a compreensão da dinâmica da reeleição em termos geográficos é essencial para o entendimento das estratégias políticas usadas pelos candidatos e do comportamento do eleitorado. Investigar a possibilidade de regularidades subjacentes à distribuição espacial de votos para os governadores eleitos pode ser um primeiro passo para a identificar os determinantes do sucesso eleitoral em eleições consecutivas para o cargo. O estudo objetivou verificar se o candidato ou partido reeleito mantinha algum apoio da sua base eleitoral entre as eleições e por isso examinou se há estabilidade geográfica na distribuição dos votos para esses casos entre pares de eleições. Buscou-se observar em qual cenário essa estabilidade é mais propensa, considerando quando é o candidato ou o partido que tentam se reeleger ou quando o partido tenta se manter no poder se inserindo em uma coligação partidária. Analisou-se as votações recebidas por uma amostra de candidatos, partidos e coligações reeleitos considerando uma amostra de estados, tendo em vista as quatro últimas eleições – 1998, 2002, 2006 e 2010. Os mapas elaborados indicam as diferenças positiva e negativa entre os percentuais de votos recebidos em cada par de eleição, demonstrando-se a dinâmica espacial dos votos para essas três situações de reeleição. Os dados amostrais indicam que a possibilidade de sucesso de reeleição e de manutenção da votação nos distritos informais é maior quando o partido lança o candidato que foi vitorioso na eleição anterior, o que reitera a preponderância do voto personalista no Brasil. Observou-se ainda que em alguns estados da amostra, como São Paulo, Goiás e Bahia, há uma baixa competição política entre as elites no período considerado e, portanto, um alto grau de dominância eleitoral, isto é, permanência do grupo que está no poder. A análise dos mapas constatou que a reeleição do candidato se relaciona com dispersão da diferença positiva da votação e que a reeleição do partido direciona para a concentração dessa diferença. Os dados encontrados vão de encontro à literatura, que evidencia a fragilidade dos partidos políticos na arena eleitoral em comparação à figura do candidato.


Palavras-chave


reeleição; geografia eleitoral; executivo estadual

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/recp.v6i1.39048