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Do modelo agroquímico à agroecologia: a busca por sistemas alimentares saudáveis e resilientes em tempos de COVID-19

Miguel A. Altieri, Clara Inés Nicholls

Resumo


A irrupção inesperada da crise de COVID-19 exige uma transição agroecológica mais efetiva no contexto das políticas em curso de desenvolvimento rural e urbano em todo o mundo. Para avançarmos, uma reorientação drástica dos sistemas de produção, distribuição e consumo de alimentos parece inevitável. À primeira vista, esse impulso exigirá a mobilização de cinco estratégias: a abolição progressiva do uso de pesticidas; o enriquecimento da matriz ecológica; a revitalização das pequenas propriedades agrícolas; a difusão de sistemas alternativos de produção animal; e a promoção da agricultura urbana. Neste artigo, nós oferecemos uma breve revisão do potencial contido nessas iniciativas agroecológicas. Consideramos que as novas evidências de eventos climáticos cada vez mais erráticos, juntamente com a síndrome das “novas pandemias emergentes”, colocam em xeque a hegemonia do modelo de agronegócio globalizado. Por outro lado, diante dos inúmeros desafios a serem enfrentados pela humanidade nas próximas décadas, argumentamos que vem se tornando cada vez mais urgente promover ações coordenadas visando o fomento de sistemas agroecológicos territorializados.

 


Palavras-chave


agroecologia; sistemas agroecológicos territorializados; novas pandemias emergentes; soberania alimentar; resiliência ecossistêmica

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v57i0.78321