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Desenvolvimento e ciências ambientais: analisando as redes temáticas da agenda de pesquisa da área no Brasil

Natália Tavares Azevedo, Ivan Jairo Junckes, Edson Armando Silva

Resumo


A emergência da questão ambiental na década de 1960 levou à compreensão dos efeitos globais das atividades humanas sobre o sistema terrestre, conduzindo os olhares para a questão dos modelos de desenvolvimento, em suas múltiplas dimensões. É nesse cenário que surgem as ciências ambientais, em busca de abordagens menos fragmentadas e mais integrativas, com um caráter marcadamente interdisciplinar. No Brasil, esse campo passa a se constituir na década de 1980, chegando ao seu grau mais alto de institucionalização em 2011, por meio da criação de uma nova área de avaliação no âmbito da pós-graduação. Neste artigo, apresentam-se resultados da pesquisa que teve como objetivo identificar as comunidades temáticas que constituem a agenda de pesquisa sobre a questão do desenvolvimento no âmbito das ciências ambientais brasileiras, voltando o foco da análise para a produção da pós-graduação, particularmente as teses e dissertações entre 1987 e 2017. Para tanto, utilizou-se a bibliometria relacional e a análise de redes de palavras-chave dos trabalhos como metodologia, a partir da identificação de 1061 teses e dissertações que utilizaram o termo desenvolvimento entre suas palavras-chave. Como resultados, identificou-se 41% das teses e dissertações no Nordeste, marcando uma forte concentração regional. Identificaram-se 10 comunidades temáticas, sendo as maiores as que tratam de políticas públicas, com recortes espacializados, com destaque para o rural e ênfase na dimensão institucional, e a com foco no turismo como agente do desenvolvimento local. As outras comunidades identificadas foram economia–tecnologia, socioambiental–impacto, agricultura–familiar, indicador–água, saúde–humano, resíduo–sólido, pesca–indústria e crédito–limpo. Aponta-se, assim, para a diversidade temática como uma importante componente do debate sobre desenvolvimento nas ciências ambientais, ao mesmo tempo em que se destaca a potência da bibliometria relacional e da análise de redes para compreensão da produção da ciência a partir de grandes repositórios documentais.


Palavras-chave


ciências ambientais; desenvolvimento; análise de redes; agenda de pesquisa; bibliometria relacional

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v56i0.73248