EXPANDINDO A ESTRATIGRAFIA DO GRUPO SERRA GERAL NO SETOR NORTE DA BACIA DO PARANÁ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/bpg.v83i2.99854

Resumo

A Província Magmática Paraná-Etendeka (PMPE, 135–131 Ma) divide-se em setores sul (baixo-Ti) e norte (alto-Ti). No setor norte, as formações Pitanga e Paranapanema representam o magmatismo mais recente (131,5–133,6 Ma) e afloram principalmente na porção centro-norte do Grupo Serra Geral (GSG), onde a exposição geológica é restrita e exige a recuperação de informações através de poços exploratórios. Este trabalho visa compreender a estratigrafia dos derrames das formações Pitanga e Paranapanema nos poços 2-TL-1-MS e 2-PE-1-SP (divisa SP/MS), integrando dados petrofísicos (E-Fácies) à geoquímica e petrografia de amostras de calha e testemunho. A correlação da estratigrafia química dos poços indica basaltos da Formação Pitanga (espessura média 611 m) sobrepostos por basaltos da Formação Paranapanema (espessura média 501,5 m). A Formação Pitanga (TiO2: 2,86-4,05%; Zr/Y > 5,5) é composta por basaltos, traqui-basaltos e andesito-basaltos, com derrames simples (brechados, vesiculares) e compostos. Já a Formação Paranapanema (TiO2: 1,81-2,66%; Zr/Y < 5,5), composta por basaltos e derrames predominantemente tabulares (simples), possui menor TiO2 e difere também nos teores de MgO, Fe2O3, P2O5, Sr (ppm) e nas razões Ti/Zr e Ti/Y. A integração da estratigrafia química com dados petrofísicos de poço e petrografia permitiu a reconstrução da estratigrafia vulcânica e sua estrutura interna ampliando a correlação estratigráfica existente em 165 km para norte, além do poço 2-CB-1-SP. Esta abordagem fornece informações geológicas inéditas para a região e expande o conhecimento estratigráfico na porção norte da PMPE.

Biografia do Autor

Gabriel Carreiro Zanelatto, Universidade Federal de Mato Grosso

Geólogo formado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Atualmente é mestrando na área de Geociências pela UFMT, com ênfase em Vulcanologia, Estratigrafia vulcânica, Petrologia, Geoquímica e Petrofísica.Foi voluntário de IC pela Universidade Federal de Mato Grosso de 03/09/2020 à 07/07/2021, foi bolsista pela modalidade PIBIC pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Mato Grosso (FAPEMAT) . Tem experiência na área de Geociências com ênfase em Petrologia Ígnea, Mineralogia, Geoquímica e Vulcanologia, em softwares SIG (ArcGis e QGis). Fez parte do Centro Acadêmico do curso de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (Gestão 2022-2023) e exerceu o cargo de Tesoureiro. (Texto via Lattes).

Lucas de Magalhães May Rossetti, Universidade Federal de Mato Grosso

Professor Adjunto da Faculdade de Geologia da Universidade Federal do Mato Grosso, onde leciona disciplinas em nível de graduação e pós-graduação nas áreas de Petrologia ígnea, Mineralogia e Mapeamento Geológico. Graduado em geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde obteve, também, o título de Mestre em Geociências (Geoquímica). Doutor (PhD, D.Sc., 2018) com dupla diplomação pela University of Aberdeen (UK) e UFRGS. Tem como tema principal de pesquisa a petrologia de rochas ígneas com ênfase nos diferentes aspectos de Grandes Províncias Ígneas Continentais e Margens Rifteadas. Possui colaborações científicas com diversas instituições em âmbito nacional (UFRGS, USP, UNIPAMPA, UFSC, UFRJ, SGB - Serviço Geológico do Brasil e Petrobras) e internacional (University of Aberdeen, University of Canterbury, University of Oslo, VBER AS). Interesses específicos: Estratigrafia de sequências vulcânicas; geoquímica e petrogênese de basaltos; aspectos petrofísicos de rochas ígneas; interação entre sistemas vulcânicos e sedimentares; geologia do petróleo; reservatórios vulcânicos; sequestro geológico de CO2 em basaltos.Diretor Secretário da Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Centro-Oeste.

Isabela de Oliveira Carmo, CENPES-PETROBRAS

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), mestrado em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Atualmente é honorary research consultant - The University of Queensland e geologo pleno - Petróleo Brasileiro - Rio de Janeiro - Matriz. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geocronologia, atuando principalmente nos seguintes temas: vulcanismo, bacias sedimentares brasileiras, geocronologia 40Ar/39Ar, geomorfologia, sudeste do brasil, traços de fissāo, e depósitos cenozóicos. 

Naiade Caroline Barbieri, Universidade Federal de Mato Grosso

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2023). (Texto via Lattes)

Ana Beatriz Torres e Souza, Universidade Federal de Mato Grosso

Geóloga pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Pesquisa e trabalhos na área de CCUS na Bacia dos Parecis e Bacia do Paraná, Grupo Serra Geral. Atualmente no projeto de pesquisa: "Avaliação do potencial de reservatórios não-convencionais vulcânicos para o sequestro e armazenamento de CO2 antropogênico a partir da mineralização de carbonatos"

Rauhany Alves Prudêncio , Universidade Federal de Mato Grosso

Possui ensino-medio-segundo-graupela Escola Estadual Professora Adalgisa de Barros(2021). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia. (Texto via Lattes)

Referências

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Publicado

02.09.2025

Como Citar

Zanelatto, G. C., Rossetti, L. de M. M., Carmo, I. de O., Barbieri, N. C., Torres e Souza, A. B., & Prudêncio , R. A. (2025). EXPANDINDO A ESTRATIGRAFIA DO GRUPO SERRA GERAL NO SETOR NORTE DA BACIA DO PARANÁ. Boletim Paranaense De Geociências, 83(2), 1–8. https://doi.org/10.5380/bpg.v83i2.99854

Edição

Seção

Artigos do GeoMinE