O DILÚVIO KAINGANGUE INTERPRETADO COMO GEOMITO E SUA IMPORTÂNCIA NA PREVENÇÃO DE RISCOS
DOI:
https://doi.org/10.5380/bpg.v83i1.96709Palavras-chave:
geomitologia, paleoinundação, prevenção de riscosResumo
Mitos refletem o pensamento religioso, cultural e ético de antigas civilizações, assim como sua interpretação da natureza. Ao explicar um evento ou feição geológica, este caracteriza-se como geomito. Conjugado a pesquisas empíricas, geomitos podem fornecer informações sobre eventos catastróficos, como terremotos e erupções vulcânicas, ocorridos há a centenas ou milhares de anos. No Brasil, diversas narrativas indígenas contam sobre tragédias provocadas por grandes inundações que, ainda hoje, constituem a principal causa de catástrofes naturais no país. Dentre todos os mitos brasileiros que envolvem inundações, o Dilúvio Kaigang é o que possui maior riqueza de detalhes geográficos. Os dados obtidos nesta pesquisa indicam que este geomito faz referência a uma inundação real, de grande magnitude, ocorrida na Bacia do Rio Piquiri e que teve como consequência a migração de tribos para a região de Guarapuava por caminhos que passavam pela Serra da Pitanga. Nesta serra existem topônimos, feições geomorfológicas e dados arqueológicos compatíveis com as informações transmitidas pelo mito kaingang. Para verificação desta hipótese e como forma de prevenção do risco de inundações como a enfrentada pelos indígenas, propõe-se a realização de estudos geológicos com foco na investigação de paleoinundações e suas ciclicidades.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.