Bacia do Pantanal Revisitada: Uma estrutura do tipo Rifte relacionada com a migração para Sul da subducção sub-horizontal dos Andes entre o Paleógeno e Neógeno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/geo.v80i2.82848

Palavras-chave:

bacia sedimentar, áreas úmidas, tectônica.

Resumo

A Bacia do Pantanal é considerada uma bacia sedimentar do território brasileiro em processo tectônico de subsidência e com atividade sísmica atual.  Sem se basear em qualquer hipótese específica para a gênese da bacia, e considerando uma influência direta ou indireta da orogenia andina, sabe-se que a Bacia do Pantanal é uma das poucas regiões tectonicamente ativas do Brasil. Portanto, essa pesquisa teve como objetivo sintetizar as principais hipóteses e mecanismos disponíveis na literatura que explicam a origem tectônica da Bacia do Pantanal. Foi realizada uma revisão literária dos principais autores e pesquisas desenvolvidas sobre as hipóteses da gênese da bacia do Pantanal, e a partir dessa revisão foi construídos os tópicos com as revisões acerca do assunto. A origem tectônica da Bacia do Pantanal é uma resposta isostática da orogenia andina.  Trabalhos de geofísica (gravimetria) realizados quase meio século depois vieram corroborar a hipótese da relação tectônica com a orogênese andina. De acordo com modelos de formação de bacias de antepaís (foreland), a Bacia do Pantanal foi formada em consequência da elevação e extensão flexural da crosta superior rúptil, a qual reativou mecanicamente estruturas do embasamento que constituem o Cinturão Paraguai Neoproterozoico. Um modelo semelhante ao anterior foi apresentado por alguns autores, os quais consideram a Bacia do Pantanal como sendo também uma bacia de antepais (foreland), porém situada mais a leste do arco flexural do forebulge, posicionando-a na zona de back-bulge. Os autores sugerem que a arquitetura da bacia é o resultado da migração contínua para leste da cunha orogênica acoplada e do sistema de bacia de antepaís (foreland) desde o Cretáceo Superior ao Paleoceno. A maior parte dos pesquisadores concorda que a origem da Bacia do Pantanal está associada a eventos ocorridos nos Andes, onde a mudança para sul da subducção sub-horizontal nos Andes Centrais, entre o Paleógeno (Eoceno Superior/Oligoceno) e o Neógeno (Mioceno Inferior/Médio), afetando as regiões do sul do Peru ao norte da Bolívia (segmento do Altiplano) e do sul da Bolívia ao norte da Argentina (segmentoPuna), foi responsável neste período pela evolução tectônica dessa porção andina e também reativação rúptil de estruturas embasamento da borda da placa Sul-Americana.

Biografia do Autor

Iara Sena Rocha, UFMS

Bacharel em Geologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2019). Durante a graduação executou atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão como bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET - Geologia) e foi membro do Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal Guaporé, onde desenvolveu pesquisa de Iniciação científica voltada para a Petrologia de granitoides, rochas vulcânicas e soleiras máficas.

Rômulo Machado, USP

Geólogo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1973); mestrado (1977), doutorado (1984) e livre-docente (1997) pela Universidade de São Paulo, e pós-doutorado (1988-1989) pela Universidade de Paris-IV, França. Foi Professor Visitante (1990) da Escola de Minas de Paris, com estágios de curta duração na Universidade de Rennes II (1995) e na Escola de Minas de Saint-Etienne (1997), França. Atualmente é Professor Titular da Universidade de São Paulo (2010). É orientador de mestrado e doutorado no programa de pós-graduação do IGc-USP, onde já orientou 26 dissertações e teses, e supervisão de 3 pós-docs. Possui, até o presente, mais de 70 artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais (além de mais de 100 resumos e resumos expandidos publicados em eventos), cerca de 20 publicações completas, e 20 livros e capítulos de livros. Participou como titular em mais de 90 bancas examinadoras (mestrado e doutorado), 12 de livre docente e mais 27 bancas de concursos públicos, 19 delas para professor titular. Possui linhas de pesquisas em tectônica dúctil e rúptil, com ênfase no estudo de granitos no contexto de evolução crustal, tectônica e metamorfismo de cinturões dobrados neoproterozoicos do Sul e Sudeste do Brasil e Moçambique, incluindo estudos de proveniência e tectônico de bacias sedimentares de diferentes idades, particularmente da Bacia do Paraná. Ocupou vários cargos diretivos e de representação, destacando-se a presidência da Sociedade Brasileira de Geologia, durante duas gestões consecutivas, entre 2003 e 2005, e entre 2006 e 2007.

Christiano Ribeiro dos Santos Júnior, UFMT

Mestrando em Geociências pelo Programa de Pós-Graduação de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEC-UFMT). Graduado em Geologia pela Faculdade de Geociências (FAGEO/UFMT). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia. Atuação na área de: Geoinformática, Sensoriamento remoto, geoprocessamento e Planetologia.

José Renato Silva de Oliveira, USP

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (2015); Mestre em Geociências (2018) pela Universidade de São Paulo. Foi bolsista do Programa Santander Universidades modalidade Luso-brasileiras, onde realizou mobilidade acadêmica na Universidade de Coimbra, Portugal (2014) com duração de seis meses. Tem experiência na área de Geotecnologias para aplicações ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: 1) sensoriamento remoto, 2) GNSS, 3) sistemas de informação geográfica livres e gratuitos. Realizou atividades de monitoria voluntária das disciplinas: Sensoriamento Remoto e Fotointerpretação, Geoprocessamento I e Topografia do curso de Bacharelado em Geografia da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia / FAENG-UFMS. Atualmente é aluno do curso de Doutorado em Geociências da Universidade de São Paulo.

Dhonatan Diego Pessi, UFMS

Possui graduação em Ciências Biológicas Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Federal de Mato Grosso (2017), mestre em Gestão e Tecnologia Ambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso na área de Tecnologias Ambientais (2019), ambos pela Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Rondonópolis, atualmente Universidade Federal de Rondonópolis. Atualmente é doutorando em Tecnologias Ambientais pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e atua como pesquisador no Laboratório de Geoprocessamento para Aplicações Ambientais da UFMS e no Laboratório de Geotecnologia do NUPEC (Núcleo de Pesquisa do Cerrado) na UFR. É estagiário no SIE (Sistema de Informações para o Ensino) da Universidade Federal de Rondonópolis. Trabalhou como estagiário no Laboratório de Geoprocessamento e Veículos Aéreos não Tripulados (VANT) do ICAT (Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas). Trabalha com sensoriamento remoto com imagens orbitais (satélites) e imagens aéreas (RPA), nas linhas de gestão dos recursos naturais, recuperação de áreas degradadas e agricultura de precisão. Possui experiência na área de geotecnologias aplicada às ciências agrárias e ambientais. Também possui experiência em geoestatística na análise estatística e aplicação de sistemas de modelagem a partir de dados rasters provenientes de imagens de RPA (Remotely-Piloted Aircraft) no sistema R Core Team.

Eduardo Salamuni, UFPR

Graduado em Geologia pela Universidade Federal do Paraná (1986), Mestre (1991) e Doutor (1999) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP. Professor Associado IV na Universidade Federal do Paraná nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação de Geologia, nas disciplinas de Geologia Estrutural,Tectônica Global e Neotectônica. Suas linhas de pesquisa estão concentradas em Análise Estrutural, Tectônica e Neotectônica com abordagem sobre a tectônica cenozoica e neotectônica da região sul do Brasil; a morfoestrutura e a morfotectônica da Serra do Mar e análise de falhas no pré-Cambriano do Paraná. Foi Diretor Presidente da MINEROPAR / Serviço Geológico do Paraná (de 2003 a 2011), foi Chefe do Departamento de Geologia da UFPR (de 2013 a 2016) e atualmente exerce o cargo de Coordenador do Planejamento Institucional da UFPR. Publicou 39 artigos completos e 92 resumos expandidos ou simples; é coautor de 4 livros e 12 capítulos de livros; orientou 04 Teses de Doutorado, 20 Dissertações de Mestrado e 14 IC/TCC. Participou de 29 bancas de Mestrado; 16 bancas de Doutorado e 1 de Pós-Doutorado. (contato: salamuni@ufpr.br / sítio: www.neotectonica.ufpr.br )

Amarildo Salina Ruiz, UFMT

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1985), mestrado em Geociências (Geoquímica e Geotectônica) pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Geologia Regional pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso.

Antonio Conceição Paranhos Filho, UFMS

É Professor Titular da UFMS. Geólogo pela UFPR (1991), possui Mestrado (1996) e Doutorado (2000) em Geologia Ambiental pela UFPR - Foi Bolsista CAPES de Doutorado Sanduíche na Universidade de Siena (Itália, em Sistemas de Informação Geográfica e Cartografia Digital). Desenvolveu seu estágio de Pós-Doutorado no IGc da USP (2011 - bolsista PDS-CNPq) onde também obteve sua Livre Docência em 2015. É orientador de Mestrado e Doutorado. Atualmente coordena o LabGis - Laboratório de Geoprocessamento para Aplicações Ambientais da FAENG-UFMS. Atua e já atuou em colegiados de programa de pós-graduação, bem como de graduação, além de já ter atuado na administração universitária (Coordenação do PIBIC Institucional. Coordenador de Pesquisas da PROPP-UFMS, entre outros). Tem atuado como Consultor ad hoc para o CNPq, CAPES, FAPs e várias revistas científicas. Possui experiência em Geotecnologias aplicadas às Geociências, à Saúde e ao Meio Ambiente, com ênfase em Geologia Ambiental. Perfil no Google Acadêmico: http://scholar.google.com.br/citations?user=Gowe0-gAAAAJ - orcid.org/0000-0002-9838-5337

Publicado

11/28/2022

Como Citar

Rocha, I. S., Machado, R., dos Santos Júnior, C. R., Silva de Oliveira, J. R., Pessi, D. D., Salamuni, E., … Paranhos Filho, A. C. (2022). Bacia do Pantanal Revisitada: Uma estrutura do tipo Rifte relacionada com a migração para Sul da subducção sub-horizontal dos Andes entre o Paleógeno e Neógeno. Boletim Paranaense De Geociências, 49. https://doi.org/10.5380/geo.v80i2.82848

Edição

Seção

Artigos