EVOLUÇÃO GEOQUÍMICA E PETROGÊNESE DE CHARNOCKITOS ÍGNEOS NO CINTURÃO MÓVEL COSTEIRO DO BRASIL
Resumo
Rochas máficas e félsicas com hiperstênio são importantes componentes da zona de transição entre o
cráton do São Francisco e o Cinturão Móvel Costeiro Neoproterozóico no extremo sul do Estado da Bahia. Os
charnockitóides possuem teores 54 a 70% de SiO2, correspondendo de termos intermediários a ácidos. A
geoquímica revela um caráter metaluminoso e uma assinatura cálcio-alcalina/álcali-cálcica, compreendendo
rochas ricas em Ti, P, Zr, Ba e ETR, ligeiramente enriquecidas em Fe e K e pobres em Mg, Al e V, sendo
variavelmente empobrecidas em Ca, se comparadas com rochas granitóides de teor de sílica similar. Possuem
teores altos de ETR, com padrões moderadamente a fortemente fracionados para os termos mais básicos e
ácidos. A interpretação petrogenética baseia-se na(s): (i) natureza dos contatos, os quais mostram que as
rochas félsicas intrudiram nas rochas máficas; (ii) texturas magmáticas das rochas charnockíticas félsicas em
contraste com texturas inequivocamente metamórficas dos membros finais máficos; (iii) mineralogia
predominantemente anidra; e (iv) trends homogêneos em muitos diagramas de variação, além do caráter
geoquímico não-depletado das rochas félsicas; sugerindo que magmas tipo C são produzidos pela fusão de
fontes máficas a intermediárias de alto-K, nas quais a hornblenda foi previamente desidratada. O baixo conteúdo
de CaO e alta razão Ca/Sr dos magmas tipo A é uma evidência que suporta plagioclásio residual, mas não
hornblenda, nas rochas fontes da região.
cráton do São Francisco e o Cinturão Móvel Costeiro Neoproterozóico no extremo sul do Estado da Bahia. Os
charnockitóides possuem teores 54 a 70% de SiO2, correspondendo de termos intermediários a ácidos. A
geoquímica revela um caráter metaluminoso e uma assinatura cálcio-alcalina/álcali-cálcica, compreendendo
rochas ricas em Ti, P, Zr, Ba e ETR, ligeiramente enriquecidas em Fe e K e pobres em Mg, Al e V, sendo
variavelmente empobrecidas em Ca, se comparadas com rochas granitóides de teor de sílica similar. Possuem
teores altos de ETR, com padrões moderadamente a fortemente fracionados para os termos mais básicos e
ácidos. A interpretação petrogenética baseia-se na(s): (i) natureza dos contatos, os quais mostram que as
rochas félsicas intrudiram nas rochas máficas; (ii) texturas magmáticas das rochas charnockíticas félsicas em
contraste com texturas inequivocamente metamórficas dos membros finais máficos; (iii) mineralogia
predominantemente anidra; e (iv) trends homogêneos em muitos diagramas de variação, além do caráter
geoquímico não-depletado das rochas félsicas; sugerindo que magmas tipo C são produzidos pela fusão de
fontes máficas a intermediárias de alto-K, nas quais a hornblenda foi previamente desidratada. O baixo conteúdo
de CaO e alta razão Ca/Sr dos magmas tipo A é uma evidência que suporta plagioclásio residual, mas não
hornblenda, nas rochas fontes da região.
Palavras-chave
magmas charnockíticos; evolução geoquímica; petrogênese; granitos tipo-A; charnockitic magmas; geochemical evolution; petrogenesis; A-type granites
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/geo.v57i0.6045