O ESTUDO DE CASO DA REGIÃO DE COXIM E DA BACIA DO TAQUARIZINHO-MS
DOI:
https://doi.org/10.5380/geo.v51i0.4178Resumo
O principal objetivo desta pesquisa é o desenvolvimento de um método de trabalho de análise multitemporal, para a avaliação das mudanças ambientais de áreas naturais, ocorridas em um determinado período de tempo. O trabalho foi desenvolvido sobre parte da bacia do Pantanal, no estado do Mato Grosso do Sul, englobando a área de Coxim (correspondente à folha Coxim, 1:250.000- DSG, 1982b - Divisão do Serviço Geográfico do Exército). Foram, ainda, utilizados os dados da Folha Camapuã (1:250.000-DSG, 1982a). A análise multitemporal foi executada em três diferentes momentos: 1966, 1985 e 1996. Os dados de 1966, referentes ao uso dos solos e topografia, foram obtidos da digitalização das cartas do DSG (1:250.000-DSG, 1982 a, b). Os dados de uso e ocupação dos solos 1985 e 1996 foram obtidos a partir da classificação e análise de imagens Landsat TM. Descreve-se ainda todo o processo de obtenção das informações para a criação do banco de dados georreferenciado, utilizado na análise multitemporal, desde a digitalização, classificação da imagens, integração em ambiente SIG até a interpretação final. Além disso, é apresentada uma normatização para a digitalização de cartas, dispensando o uso da mesa digitalizadora. Os resultados foram testados e utilizados na aplicação da Equação Universal de Perdas dos Solos em uma área de teste dentro da base de dados criada (Bacia do Rio Taquarizinho, próxima a Rio Verde do Mato Grosso). Para o tipo de uso do solo foi proposto o uso da legenda desenvolvida pelo projeto Corine (Coordination on Environment – Heymann et al. 1994) da União Européia, que, com as devidas modificações, mostrou-se muito eficaz também no Brasil. Os resultados mostram as mudanças no tipo de uso dos solos, se transformando, principalmente, de sistemas naturais a agropecuários, com conseqüências no aumento da erosão laminar dos solos. As mudanças observadas no tipo de uso do solo da área estudada são grandes. Na década de 60, as matas e cerrados cobriam cerca de 89% da superfície representada pela Folha Coxim. Em 1985 este valor estava reduzido para 30%, alcançando 40% da superfície em 1996. Este desmatamento teve sérias conseqüências para os solos. Com o uso da Equação Universal de Perdas dos Solos, pode-se observar que o desmatamento implicou num aumento de até mais de 50 vezes na taxa de erosão laminar dos solos.
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