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MODELO EXPLORATÓRIO PARA DEPÓSITOS DE CHUMBO E ZINCO NA FAIXA ITAIACOCA-PR/SP

RODOILTON STEVANATO

Resumo



Neste estudo, procurou-se aplicar e interrelacionar
três grandes áreas do conhecimento: a geologia, a
geoquímica e a geofísica voltadas para a elaboração de
um modelo exploratório para depósitos de chumbo e zinco
do tipo Mississippi Valley ou Irlandês, em ambiente
modificado por processos tectono-metamórficos de idade
meso/neoproterozóica, na Faixa Itaiacoca, inserida
no escudo leste paranaense. Inicialmente, discorre-se
um breve histórico do estado da arte na exploração mineral,
cujo desenvolvimento é apoiado em técnicas
prospectivas e na sua condução à elaboração de programas
exploratórios. Tais programas, simples e eficazes,
devem estar direcionados ao objeto, ou seja, o depósito
mineral. Geologicamente, os estudos foram centrados
na área de Palmeirinha, município de Sengés-PR, junto
à divisa dos estados do Paraná e São Paulo, dentro da
Faixa Itaiacoca, situada a NNE do Complexo Batolítico
de Cunhaporanga e na borda leste da Bacia do Paraná.
As várias unidades mapeadas foram agrupadas de acordo
com seu conteúdo litológico, características primárias,
metamorfismo e deformações associadas. Individualizaram-se três complexos tectono-metamórficos e uma
unidade granítica denominada Granito, São Domingos.
A unidade portadora, potencialmente favorável ao depósito
de chumbo e zinco aqui estudado, é representada
por espessa seção de metapelitos e metacalcários intensamente
deformados ao longo da direção NS, incor-porando
feições dúcteis e rúpteis, em sistemas de cavalgamentos,
empurrões, falhamentos e dobramentos, com
metamorfismo na fácies xisto verde inferior. A
mineralização descoberta ocorre na porção basal da
unidade metapelito-carbonática, em zona de falha
transcorrente com direção N10E, subvertical e com rejeito
lateral, causando cataclase e brechação nas
encaixantes e nos metais-base. A mineralização hospeda-se em metadolarenitos intercalados por cálcio filonitos
carbonosos e xistos quartzo-feldspáticos adjacentes. O
minério compreende disseminações de galena e esfalerita
com pirita e raros cristais de calcopirita, marcassita e
covelita, os quais distribuem-se em fraturas e na matriz
de brechas com remobilização e recristalização. As técnicas
empregadas para a descoberta do depósito, incluem
perfis de solos perpendiculares à direção das camadas
e foram locados em função do conhecimento geológico
prévio, ocorrências minerais, presença de gossans,
estruturas e interface metapelitos/metacalcários; os alvos
definidos foram escavados por trincheiras e perfurados,
os quais resultaram na descoberta do depósito com
teor de 7,0% de Pb e 3,0% de Zn com espessura de 1,30
metros. A geofísica, particularmente os métodos magnético
e gamaespectrométrico (aéreos e terrestres), auxiliaram
o mapeamento geológico/estrutural, enquanto os
métodos IP/resistividade detectaram as continuidades vertical
e lateral da mineralização, as quais foram confirmadas
por novos furos exploratórios. A principal contribuição
do presente estudo é a proposta de um modelo
exploratório para depósitos de chumbo e zinco em
metadolarenitos, enfocando desde a escala do contexto
geotectônico até à microscopia da mineralização, além
das técnicas e estratégias mais importantes na busca
de novos depósitos de metais-base na Faixa Itaiacoca.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/geo.v49i0.4144