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RECURSOS HÍDRICOS DA ILHA DO MARANHÃO

SERGIO BARRETO DE SOUZA

Resumo



O estudo dos recursos hídricos da Ilha do
Maranhão, situada entre os meridianos 44 e 44.30 graus
W e os paralelos 2 e 3 graus S, tem por objetivo avaliar o
grau de vulnerabilidade a que se acha submetido o meio
ambiente, através de seus componentes físico, biótico e
social, que determinam e condicionam o nível de
sustentabilidade hídrica dessa região costeira. O método
de trabalho, de caráter geográfico e interdisciplinar,
abrange as bases compilatória, correlatória, semântica,
com avaliação das potencialidades e demandas hídricas,
classificação da qualidade das águas, risco de contaminação
dos aqüíferos, basicamente visando captar sua
disponibilidade para o abastecimento humano. Na avaliação
da potencialidade hídrica é utilizado o método de
Thorntwaite e Mather e um critério geohidrometereológico
sugerido por Llamas. O resultado dessa avaliação indica
que dos 2.009,0 mm 3 precipitado anualmente, 1.030,2
mm/ano se evapotranspira, 679,9 mm/ano se constitui
em escoamento superficial e 306,9 mm/ano em escoamento
subterrâneo. A análise das bacias hidrográficas
revelou uma boa permeabi-lidade dos terrenos
sedimentares, onde se desenvolvem redes de fraturas,
as quais juntamente com outras informações integram
as cartas temáticas. O mapeamento temático, concebido
para resultados de síntese, além de facilitar as
correlações de fenômenos, mostra informações sobre
o potencial, a disponibilidade e a classificação da águas.
Face ao predomínio de zonas de alta vulnerabilidade
natural dos aqüíferos e à ocorrência de elevadas cargas
contaminantes, foram definidas áreas de elevado risco
de contaminação das águas subterrâneas, adotandose
o esquema conceitual proposto por Foster. Mesmo
apresentando uma baixa vulnerabilidade à seca, nos próximos
10 anos, a oferta de água tende a tornar-se insuficiente
para o atendimento das demandas previstas.
Este quadro tende a se agravar quando forem incorporadas
restrições qualitativas para o uso da água, merecendo
destaque: a devastação da vegetação; a ocupação
desordenada do solo; o nível elevado de poluição
dos principais cursos de água e a ameaça de comprometimento
das águas do sistema produtor Italuis. Neste
cenário é esboçado um modelo de gestão da qualidade
da água e do meio ambiente para garantir a
sustentabilidade hídrica da região.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/geo.v49i0.4140