DIAMANTES DO RIO TIBAGÍ: FONTE NO GRUPO ITARARÉ?
DOI:
https://doi.org/10.5380/geo.v49i0.4137Resumo
Nas bordas leste e norte-noroeste, da Bacia do Paraná, são conhecidas diversas ocorrências de diamantes associadas às seqüências basais Devoniana-Pensilvaniana- Permiana sendo que, no Estado do Paraná, as principais regiões mineralizadas a diamante são as dos rios Tibagi, Verde, do Peixe e das Cinzas, com alguns de seus afluentes também mineralizados, como é o caso do Rio Santa Rosa, objeto deste estudo. Este rio nasce e se desenvolve quase que exclusivamente sobre o Grupo Itararé e, antes de desaguar no Rio Tibagi, corta os sedimentos da Formação Ponta Grossa. A literatura sugere uma associação genética dos diamantes com os sedimentos glaciogênicos do grupo acima citado, com base, principalmente, na sua distribuição e na ausência de minerais satélites de fontes primárias, embora a hipótese de fontes kimberlíticas, desconhecidas até o presente, seja aventada por alguns autores. Neste trabalho, pretende-se estabelecer a associação da mineralização com os sedimentos glaciogênicos do Grupo Itararé com base em: i) análise de fácies sedimentares; ii) comparação da assembléia de minerais pesados da micro-bacia hidrográfica mineralizada com os dos sedimentos permo-carboníferos; iii) estudo das formas e das feições morfoscópicas dos diamantes. Os minerais pesados presentes (magnetita, ilmenita, limonita, zirção, turmalina, rutilo, estaurolita, pistachita, sillimanita, hiperstênio, andaluzita, monazita, cianita, apatita e ouro) e as características dos diamantes (formas esféricas com lascas associadas e predominância de pedras pequenas) indicam um transporte longo, porém pouco efetivo na seleção, o que poderia refletir uma multiplicidade de curtos ciclos glaciais e ressedimentação fluvial. Foram caracterizados dez fácies sedimentares na área da bacia do Rio Santa Rosa, as quais foram agrupadas em cinco associações de fácies características de uma sedimentação de leques aluviais e lobos subaquosos, em ambiente periglacial. A associação I, basal, é composta por fácies arenosas e conglomeráticas depositadas sob regime trativo, configurando, provavelmente, as principais fácies portadoras de diamantes.
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