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Notas sobre a educação no corpo

Resumos

Os Sistemas Ginásticos são aqui compreendidos como um conjunto de conhecimentos sistematizado pelo pensamento científico que se consolida na Europa ao longo do século XIX constituindo, assim, formas modelares de educação do corpo. Revelam-se como mais um produto resultante do alargamento do urbano, da afirmação do urbano na vida em sociedade que tem a cidade como centro de poder. A cidade e os corpos que nela habitam tornam-se objeto de intervenção e de domínio da ciência. Os Sistemas Ginásticos têm a pretensão de contribuir para a regeneração física da sociedade, preservando a saúde da população em geral, assim como preparando o soldado para o combate. A Ginástica que surge e se afirma no período apresenta, então, uma competência tutelada, de um lado, pelo exército, através de certas técnicas e, de um outro, pela instituição médica de quem recebe a autoridade de seu saber. Constitui-se, portanto, como modelo técnico de educação do corpo, entendido como conjunto de forças capaz de por em movimento determinações precisas, conter e reprimir desejos, preservar energia.

corpo; ginástica; educação


The Gymnastic Systems are understood here as a group of knowledge systematized by the scientific thought, which had been solidified in Europe along the nineteenth century, thus constituting shaped forms of body education. They are revealed as one more product resulting from urban enlargement, urban affirmation of life in society, which has the city as a center of power. The city and bodies, which inhabit in it, become an object of intervention and domain of science. The Gymnastic Systems intend to contribute to the physical regeneration of society, preserving, in general, population is health, as well as getting the soldier ready for the battle. So the Gymnastics, which appears and asseverates itself in the period, presents on one hand, a protective competence by the army through certain techniques, and on the other hand, by the medical institution from whom it receives the authority of its knowledge. It is, therefore, made up as a technical model of body education, comprehended as a group of forces, which are able to start moving precise determinations, contain and repress desires, preserve energy.

body; gymnastics; education


DOSSIÊ - CORPORALIDADE E EDUCAÇÃO

Notas sobre a educação no corpo* * Este texto foi originalmente apresentado no VII Congresso Brasileiro de História da Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, na Mesa Redonda intitulada " Os Sistemas Ginásticos e a Educação Física Brasileira", realizado na cidade de Gramado/RS, no período de 29/05 a 01/06 de 2000. 1 Sobre a Ginástica na Europa do século XIX ver entre outros: LANGLADE, A.; LANGLADE, N. R. Teoría general de la Gimnasia. 2. ed. Buenos Aires: Stadium, 1986; PEREIRA, C. F. M. Tratado de Educação Física: problema pedagógico e histórico. Lisboa: Bertrand, [s.d. ]; LATY, D. Histoire de la Gymnastique en Europe: de l'antiquité à nos jours. Paris: Presses Universitaires de France, 1996. 2 Cf. SOARES, C. L. Imagens da educação no corpo. Campinas: Autores Associados, 1998. Especialmente capítulo 2, p. 18 a 33. 3 Ver especialmente a pesquisa de GOELLNER, S. V. O Método francês e a Educação Física no Brasil: da caserna à escola. Porto Alegre, 1992. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) -Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 4 Ver a respeito a pesquisa de MORENO, A. Mosaico de imagens e textos: a ginástica e o corpo masculino. Campinas, 1999. Texto de Exame de Qualificação (Doutorado) -Univeridade de Campinas. 5 SILVA, A. M. O corpo do mundo: reflexões acerca da expectativa de corpo na modernidade. Florianópolis, 1999. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) -Universidade Federal de Santa Catarina. p. 42. 6 VIGARELLO, G. Les corps rédressé. Paris: Jean Pierre Delarge, 1978. p. 154. 7 AMOROS, F. y O. Nouveau Manuel d'Éducation Physique, Gymnastique e Morale. Paris: La Librairie Encyclopédique de Roret, 1838. v. 1, p. 1. 8 Exemplos mais evidentes são encontrados com referência à cultura grega e também à obra de F. Rabelais. 9 FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 6. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986. p. 202. 10 FOUCAULT, op. cit., p. 203. O autor ainda observa que é a ... "função de higienista mais do que (os) prestígios de terapeuta, que (assegura aos médicos) esta posição politicamente privilegiada no século XVIII, antes de sê-la econômica e socialmente no século XIX." 11 FOUCAULT, op. cit., p. 146. 12 Ver especialmente AMOROS, op. cit. 13 Ver ELIAS, N. O processo civilizador: uma história dos costumes. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. v. 1. 14 Este tema está mais amplamente desenvolvido em SOARES, op. cit. 15 Como exemplo podemos nos referir aos aparelhos utilizados por AMOROS, os quais foram copiados dos funâmbulos italianos da Idade Média e Renascimento. 16 VIGARELLO, op. cit., p. 9. 17 A esse respeito ver DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 57 p. ; LUZ, M. T. Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988. p. 78-79. 18 Sobre o assunto consultar: PEREIRA, op. cit.; LANGLADE; LANGLADE, op. cit.; CRESPO, J. A História do corpo. Lisboa: Difel, 1990. 19 Sobre o assunto consultar PEREIRA, op. cit., especialmente p. 423 e seguintes. 20 LUZ, op. cit., p. 74. 21 SCHAFF, A. História e verdade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1983. p. 78. 22 BISSERET, N. A Ideologia das aptidões naturais. In: DURAND, J. C. G. (Org). Educação e hegemonia de classe. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. p. 31. 23 Este tema está desenvolvido mais amplamente em SOARES, C. L. Educação Física: raízes européias e Brasil. Campinas: Autores Associados, 1994. 24 LUZ, op. cit., p. 94. 25 DONNANGELO, M. C. F.; PEREIRA, L. Saúde e sociedade. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1979. p. 25-26. 26 PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p.78. 27 Cf. VIGARELLO, op. cit., p. 215. 28 Para maiores informações consultar VIGARELLO, op. cit., p. 86. Cabe destacar também os sofisticados estudos realizados por E. J. MAREY e G. DEMENY sobre a decomposição do movimento, a utilização da cronofotografia, a criação da ergonomia. 29 ROUSSEAU, L. J. discorre largamente sobre a necessidade de uma educação dos sentidos em sua obra Emílio. Lisboa: Europa-América, 1990. v. 1. Ver Também LOVISOLO, H. Estética, Esporte e Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1997, especialmente o capítulo 2. 30 Ver AMOROS, op. cit., ao longo de toda a obra, encontram-se idéias sobre a formação daquele que ensina Ginástica. 31 Para maiores esclarecimentos consultar DEMENY, G. Les bases scientifiques de l'Éducation Physique. 8. ed. Paris: Librairie Félix Alcan, 1931. p. 24-25. 32 HOBSBAWM, E. A era dos impérios: 1875-1914. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 315. 33 BARBOSA, R. Obras completas. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1882. v. 9, T. 1, p. 174. Utilizo aqui a edição de 1942. 34 BARBOSA, R. Obras completas. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1883. v. 10, T. 2, p. 98. Utilizo aqui a edição de 1946. 35 Este Parecer é resultado do estudo a que a Câmara dos Deputados teve de proceder a respeito do decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879, expedido pelo ministro do Império, professor Carlos Leôncio de Carvalho. 36 Desenvolvi mais amplamente esta temática no livro Educação Física: raízes européias e Brasil, especialmente página 115 e seguintes. 37 Ver, por exemplo, MARINHO, I. P. História da Educação Física no Brasil. São Paulo: Cia. Brasil, [s. d. ]. 38 Cf. COURTINE, J-J. Os stakhanovistas do narcisismo: body-building e puritanismo ostentatório na cultura americana do corpo. In: SANT'ANNA, D. Políticas do corpo. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. p. 81-114. p. 86. 39 SOARES, C. L. A influência do pensamento médico higienista na Educação Física no Brasil: 1850-1930. São Paulo, 1990. Dissertação (Mestrado em Educação: Filosofia e História da Educação) - PUC/SP. 40 COURTINE, op. cit., p. 86-87. 41 BLOCH, M. Introdução à história. 5. ed. [s.l.]: Europa-América, [s.d.]. p. 42.

Carmen Lúcia Soares

Doutora em Educação, Faculdade de Educação da Universidade de Campinas-Unicamp

RESUMO

Os Sistemas Ginásticos são aqui compreendidos como um conjunto de conhecimentos sistematizado pelo pensamento científico que se consolida na Europa ao longo do século XIX constituindo, assim, formas modelares de educação do corpo. Revelam-se como mais um produto resultante do alargamento do urbano, da afirmação do urbano na vida em sociedade que tem a cidade como centro de poder. A cidade e os corpos que nela habitam tornam-se objeto de intervenção e de domínio da ciência. Os Sistemas Ginásticos têm a pretensão de contribuir para a regeneração física da sociedade, preservando a saúde da população em geral, assim como preparando o soldado para o combate. A Ginástica que surge e se afirma no período apresenta, então, uma competência tutelada, de um lado, pelo exército, através de certas técnicas e, de um outro, pela instituição médica de quem recebe a autoridade de seu saber. Constitui-se, portanto, como modelo técnico de educação do corpo, entendido como conjunto de forças capaz de por em movimento determinações precisas, conter e reprimir desejos, preservar energia.

Palavras-chave: corpo, ginástica, educação.

ABSTRACT

The Gymnastic Systems are understood here as a group of knowledge systematized by the scientific thought, which had been solidified in Europe along the nineteenth century, thus constituting shaped forms of body education. They are revealed as one more product resulting from urban enlargement, urban affirmation of life in society, which has the city as a center of power. The city and bodies, which inhabit in it, become an object of intervention and domain of science. The Gymnastic Systems intend to contribute to the physical regeneration of society, preserving, in general, population is health, as well as getting the soldier ready for the battle. So the Gymnastics, which appears and asseverates itself in the period, presents on one hand, a protective competence by the army through certain techniques, and on the other hand, by the medical institution from whom it receives the authority of its knowledge. It is, therefore, made up as a technical model of body education, comprehended as a group of forces, which are able to start moving precise determinations, contain and repress desires, preserve energy.

Key-words: body, gymnastics, education.

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  • 1 Sobre a Ginástica na Europa do século XIX ver entre outros: LANGLADE, A.; LANGLADE, N. R. Teoría general de la Gimnasia. 2. ed. Buenos Aires: Stadium, 1986;
  • PEREIRA, C. F. M. Tratado de Educação Física: problema pedagógico e histórico. Lisboa: Bertrand, [s.d.
  • ]; LATY, D. Histoire de la Gymnastique en Europe: de l'antiquité à nos jours. Paris: Presses Universitaires de France, 1996.
  • 2 Cf. SOARES, C. L. Imagens da educação no corpo. Campinas: Autores Associados, 1998. Especialmente capítulo 2, p. 18 a 33.
  • 3 Ver especialmente a pesquisa de GOELLNER, S. V. O Método francês e a Educação Física no Brasil: da caserna à escola. Porto Alegre, 1992. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) -Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • 4 Ver a respeito a pesquisa de MORENO, A. Mosaico de imagens e textos: a ginástica e o corpo masculino. Campinas, 1999. Texto de Exame de Qualificação (Doutorado) -Univeridade de Campinas.
  • 5 SILVA, A. M. O corpo do mundo: reflexões acerca da expectativa de corpo na modernidade. Florianópolis, 1999. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) -Universidade Federal de Santa Catarina. p. 42.
  • 6 VIGARELLO, G. Les corps rédressé. Paris: Jean Pierre Delarge, 1978. p. 154.
  • 7 AMOROS, F. y O. Nouveau Manuel d'Éducation Physique, Gymnastique e Morale. Paris: La Librairie Encyclopédique de Roret, 1838. v. 1, p. 1.
  • 9 FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 6. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986. p. 202.
  • 13 Ver ELIAS, N. O processo civilizador: uma história dos costumes. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. v. 1.
  • 17 A esse respeito ver DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 57 p.
  • ; LUZ, M. T. Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988. p. 78-79.
  • 18 Sobre o assunto consultar: PEREIRA, op. cit.; LANGLADE; LANGLADE, op. cit.; CRESPO, J. A História do corpo. Lisboa: Difel, 1990.
  • 21 SCHAFF, A. História e verdade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1983. p. 78.
  • 22 BISSERET, N. A Ideologia das aptidões naturais. In: DURAND, J. C. G. (Org). Educação e hegemonia de classe. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. p. 31.
  • 23 Este tema está desenvolvido mais amplamente em SOARES, C. L. Educação Física: raízes européias e Brasil. Campinas: Autores Associados, 1994.
  • 25 DONNANGELO, M. C. F.; PEREIRA, L. Saúde e sociedade. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1979. p. 25-26.
  • 26 PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p.78.
  • 29 ROUSSEAU, L. J. discorre largamente sobre a necessidade de uma educação dos sentidos em sua obra Emílio. Lisboa: Europa-América, 1990. v. 1.
  • Ver Também LOVISOLO, H. Estética, Esporte e Educação Física Rio de Janeiro: Sprint, 1997, especialmente o capítulo 2.
  • 31 Para maiores esclarecimentos consultar DEMENY, G. Les bases scientifiques de l'Éducation Physique. 8. ed. Paris: Librairie Félix Alcan, 1931. p. 24-25.
  • 32 HOBSBAWM, E. A era dos impérios: 1875-1914. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 315.
  • 33 BARBOSA, R. Obras completas. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1882. v. 9, T. 1, p. 174. Utilizo aqui a edição de 1942.
  • 34 BARBOSA, R. Obras completas. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1883. v. 10, T. 2, p. 98. Utilizo aqui a edição de 1946.
  • 37 Ver, por exemplo, MARINHO, I. P. História da Educação Física no Brasil. São Paulo: Cia. Brasil, [s. d.
  • 38 Cf. COURTINE, J-J. Os stakhanovistas do narcisismo: body-building e puritanismo ostentatório na cultura americana do corpo. In: SANT'ANNA, D. Políticas do corpo. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. p. 81-114. p. 86.
  • 39 SOARES, C. L. A influência do pensamento médico higienista na Educação Física no Brasil: 1850-1930. São Paulo, 1990. Dissertação (Mestrado em Educação: Filosofia e História da Educação) - PUC/SP.
  • 41 BLOCH, M. Introdução à história. 5. ed. [s.l.]: Europa-América, [s.d.]. p. 42.
  • *
    Este texto foi originalmente apresentado no VII Congresso Brasileiro de História da Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, na Mesa Redonda intitulada " Os Sistemas Ginásticos e a Educação Física Brasileira", realizado na cidade de Gramado/RS, no período de 29/05 a 01/06 de 2000.
    1 Sobre a Ginástica na Europa do século XIX ver entre outros: LANGLADE, A.; LANGLADE, N. R.
    Teoría general de la Gimnasia. 2. ed. Buenos Aires: Stadium, 1986; PEREIRA, C. F. M.
    Tratado de Educação Física: problema pedagógico e histórico. Lisboa: Bertrand, [s.d. ]; LATY, D.
    Histoire de la Gymnastique en Europe: de l'antiquité à nos jours. Paris: Presses Universitaires de France, 1996.
    2 Cf. SOARES, C. L.
    Imagens da educação no corpo. Campinas: Autores Associados, 1998. Especialmente capítulo 2, p. 18 a 33.
    3 Ver especialmente a pesquisa de GOELLNER, S. V.
    O Método francês e a Educação Física no Brasil: da caserna à escola. Porto Alegre, 1992. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) -Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
    4 Ver a respeito a pesquisa de MORENO, A.
    Mosaico de imagens e textos: a ginástica e o corpo masculino. Campinas, 1999. Texto de Exame de Qualificação (Doutorado) -Univeridade de Campinas.
    5 SILVA, A. M.
    O corpo do mundo: reflexões acerca da expectativa de corpo na modernidade. Florianópolis, 1999. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) -Universidade Federal de Santa Catarina. p. 42.
    6 VIGARELLO, G.
    Les corps rédressé. Paris: Jean Pierre Delarge, 1978. p. 154.
    7 AMOROS, F. y O.
    Nouveau Manuel d'Éducation Physique, Gymnastique e Morale. Paris: La Librairie Encyclopédique de Roret, 1838. v. 1, p. 1.
    8 Exemplos mais evidentes são encontrados com referência à cultura grega e também à obra de F. Rabelais.
    9 FOUCAULT, M.
    Microfísica do poder. 6. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986. p. 202.
    10 FOUCAULT, op. cit., p. 203. O autor ainda observa que é a ... "função de higienista mais do que (os) prestígios de terapeuta, que (assegura aos médicos) esta posição politicamente privilegiada no século XVIII, antes de sê-la econômica e socialmente no século XIX."
    11 FOUCAULT, op. cit., p. 146.
    12 Ver especialmente AMOROS, op. cit.
    13 Ver ELIAS, N.
    O processo civilizador: uma história dos costumes. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. v. 1.
    14 Este tema está mais amplamente desenvolvido em SOARES, op. cit.
    15 Como exemplo podemos nos referir aos aparelhos utilizados por AMOROS, os quais foram copiados dos funâmbulos italianos da Idade Média e Renascimento.
    16 VIGARELLO, op. cit., p. 9.
    17 A esse respeito ver DURKHEIM, E.
    Da divisão do trabalho social. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 57 p. ; LUZ, M. T.
    Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988. p. 78-79.
    18 Sobre o assunto consultar: PEREIRA, op. cit.; LANGLADE; LANGLADE, op. cit.; CRESPO, J.
    A História do corpo. Lisboa: Difel, 1990.
    19 Sobre o assunto consultar PEREIRA, op. cit., especialmente p. 423 e seguintes.
    20 LUZ, op. cit., p. 74.
    21 SCHAFF, A.
    História e verdade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1983. p. 78.
    22 BISSERET, N. A Ideologia das aptidões naturais. In: DURAND, J. C. G. (Org).
    Educação e hegemonia de classe. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. p. 31.
    23 Este tema está desenvolvido mais amplamente em SOARES, C. L.
    Educação Física: raízes européias e Brasil. Campinas: Autores Associados, 1994.
    24 LUZ, op. cit., p. 94.
    25 DONNANGELO, M. C. F.; PEREIRA, L.
    Saúde e sociedade. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1979. p. 25-26.
    26 PERROT, M.
    Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p.78.
    27 Cf. VIGARELLO, op. cit., p. 215.
    28 Para maiores informações consultar VIGARELLO, op. cit., p. 86. Cabe destacar também os sofisticados estudos realizados por E. J. MAREY e G. DEMENY sobre a decomposição do movimento, a utilização da cronofotografia, a criação da ergonomia.
    29 ROUSSEAU, L. J. discorre largamente sobre a necessidade de uma educação dos sentidos em sua obra
    Emílio. Lisboa: Europa-América, 1990. v. 1. Ver Também LOVISOLO, H.
    Estética, Esporte e Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1997, especialmente o capítulo 2.
    30 Ver AMOROS, op. cit., ao longo de toda a obra, encontram-se idéias sobre a formação daquele que ensina Ginástica.
    31 Para maiores esclarecimentos consultar DEMENY, G.
    Les bases scientifiques de l'Éducation Physique. 8. ed. Paris: Librairie Félix Alcan, 1931. p. 24-25.
    32 HOBSBAWM, E.
    A era dos impérios: 1875-1914. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 315.
    33 BARBOSA, R.
    Obras completas. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1882. v. 9, T. 1, p. 174. Utilizo aqui a edição de 1942.
    34 BARBOSA, R.
    Obras completas. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1883. v. 10, T. 2, p. 98. Utilizo aqui a edição de 1946.
    35 Este Parecer é resultado do estudo a que a Câmara dos Deputados teve de proceder a respeito do decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879, expedido pelo ministro do Império, professor Carlos Leôncio de Carvalho.
    36 Desenvolvi mais amplamente esta temática no livro
    Educação Física: raízes européias e Brasil, especialmente página 115 e seguintes.
    37 Ver, por exemplo, MARINHO, I. P.
    História da Educação Física no Brasil. São Paulo: Cia. Brasil, [s. d. ].
    38 Cf. COURTINE, J-J. Os stakhanovistas do narcisismo: body-building e puritanismo ostentatório na cultura americana do corpo. In: SANT'ANNA, D.
    Políticas do corpo. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. p. 81-114. p. 86.
    39 SOARES, C. L.
    A influência do pensamento médico higienista na Educação Física no Brasil: 1850-1930. São Paulo, 1990. Dissertação (Mestrado em Educação: Filosofia e História da Educação) - PUC/SP.
    40 COURTINE, op. cit., p. 86-87.
    41 BLOCH, M.
    Introdução à história. 5. ed. [s.l.]: Europa-América, [s.d.]. p. 42.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Mar 2015
    • Data do Fascículo
      Dez 2000
    Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná Educar em Revista, Setor de Educação - Campus Rebouças - UFPR, Rua Rockefeller, nº 57, 2.º andar - Sala 202 , Rebouças - Curitiba - Paraná - Brasil, CEP 80230-130 - Curitiba - PR - Brazil
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