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Sobre o lugar da Fenomenologia do Espírito no sistema de filosofia

Eduardo Luft Luft

Resumo


A filosofia hegeliana não assumiu desde o princípio a figura de uma metafísica
crítica. A transição gradual para a defesa de uma ciência capaz
de unificar criticidade e sistematicidade pode explicar a posição ambígua
ocupada pela Fenomenologia do Espírito no sistema dialético. Primeiramente,
ela assumirá função outrora deixada, ainda no período de Iena, a
cargo da Lógica: tratar-se-ia de um saber crítico-propedêutico em relação
ao sistema de filosofia propriamente dito. Mas a Fenomenologia de 1807 é
mais do que mera propedêutica: ela inclui o primeiro passo de justificação
do Conceito, o princípio do sistema de filosofia. Sendo assim, por que
posteriormente Hegel pensou ser possível deslocar a Fenomenologia, de
introdução crítica ao sistema, a parte integrante da Filosofia do Espírito
Subjetivo? O presente artigo defende a tese de que a razão para tal deslocamento
residiria na defesa, pelo Hegel maduro, do caráter radicalmente
autárquico do processo de autojustificação do Conceito desenvolvido na
Lógica. Segue-se, então, a exposição e crítica da tese hegeliana da autarquia
da Lógica, com a reproblematização da relação entre Fenomenologia
do Espírito e Lógica no contexto de uma visão renovada do pensamento
dialético.

Palavras-chave


Hegel; Phenomenology of Spirit; System of Philosophy; Fenomenologia do Espírito; Sistema de Filosofia

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/contra.v1i0.12037