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Entre Visagens e Casarões: Considerações sobre formas de vulnerabilidade a partir dos vigilantes do Centro Histórico de São Luís

Gabriela Lages Gonçalves

Resumo


Este artigo parte da minha pesquisa de mestrado com vigilantes de prédios públicos em São Luís, localizados no perímetro histórico da cidade. Visagens, espíritos ou assombrações, acompanham cotidianamente o trabalho de vigilantes nos casarões e são identificados por diversas formas de mani-festação – sons, cheiros, toques ou aparições. Neste trabalho, proponho uma análise da relação de con-vivência entre pessoas, casas e seres intangíveis, tendo como ponto de partida perspectivas de proteção e desproteção. Dessa forma, organizo o texto em dois momentos: o primeiro, dedica-se a reunir noções de proteção/desproteção a partir da trajetória de Joana, uma das vigilantes do casarão; o segundo, bus-ca apresentar como intervenções não humanas (animais, ação do tempo/natureza) podem impactar os casarões, tornando-os possivelmente vulneráveis. A partir disso, busco apresentar como noções de proteção/risco podem ter seus sentidos transformados, e podem revelar engajamentos entre diferentes agências – como humanos, natureza, tempo ou seres intangíveis.

 


Palavras-chave


Casarões; Espíritos; Vulnerabilidade.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cra.v20i1.65030

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