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O estudo de trajetórias de vida nas Ciências Sociais: trabalhando com as diferenças de escalas

Paulo Renato Guérios

Resumo


Este artigo tem por objetivo discutir criticamente a proposta de estudo de histórias de vida iniciada pela “Escola de Chicago” e retomada por estudiosos franceses a partir da década de 1970. Propõe-se uma metodologia de pesquisa que combine esta tradição com uma atenção à variação de escalas, conforme a proposta dos microhistoriadores italianos. Com base em um estudo da trajetória do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, argumenta-se que tal metodologia permite complexificar a análise das relações entre os sujeitos cujas trajetórias são enfocadas e sua inserção em diferentes ambientes sociais.


Palavras-chave


história de vida; trajetórias; variação de escalas; Heitor Villa-Lobos.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cam.v12i1.28562

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