Open Journal Systems

Marchiori, P. Z., Appel, A. L. & Bettoni, E. M.AtoZ - LaTeX

O Desafio da visibilidade

The visibility challenge

Patricia Zeni Marchiori1, Andre Luiz Appel2, Eduardo Michelotti Bettoni2

1Universidade Federal do Paraná - UFPR, Brasil
2Grupo de Pesquisa UFPR/CNPq - Metodologias para Gestão da Informação, Brasil

Dos aspectos necessários para a permanência de uma revista acadêmica no espaço daquelas consideradas relevantes pela comunidade científica, a visibilidade é provavelmente o mais crítico. O conceito “visibilidade” é sustentado por conjunto de premissas de razoável complexidade, normalmente listadas e exigidas como parâmetros de qualidade para um periódico científico e que, em regra, definem sua captação e permanência em serviços agregadores/indexadores. Para estes, existe o imperativo de um padrão editorial consistente e a publicação de artigos potenciais geradores de citações, em geral, aqueles cujas temáticas espelham os anseios de uma audiência internacional, além de um trabalho minucioso de coleta e curadoria de metadados dos artigos publicados, para subsidiar os estudos ou as análises de citações, impacto, acesso etc.

Tais exigências podem parecer simples à primeira vista, mas se desdobram em ações e ajustes contínuos por parte das equipes editoriais; e que não garantem per se um aumento de visibilidade. A captação de “artigos influentes” é um desafio - em especial para revistas ditas “jovens” - cuja credibilidade e confiabilidade justamente depende que autores de prestígio escolham submeter nesta revista em detrimento de outras mais atraentes (considerados os estratos/selos de qualidade atribuídos por grupos de especialistas e/ou organizações).

Novamente, tal estado de coisas não é imutável e dependente apenas dos comportamentos citados acima. O avanço e consolidação da proposta de arquivos abertos têm provocado discussões acaloradas sobre a noção do “artigo influente” em revistas tidas como também influentes, o que - minimamente - contribui para uma discussão sobre os atuais modelos de publicação e de negócios na arena da comunicação científica. Tal controvérsia tende a se estender e tomar contornos mais definidos futuramente, os quais provavelmente irão se alinhar aos distintos mecanismos culturais de publicação criados e aceitos no âmbito das múltiplas áreas e subáreas do conhecimento.

Uma possibilidade prática, no contexto da atração de artigos e na promoção da visibilidade destes, ocorre no escopo do padrão de qualidade editorial e no preenchimento detalhado e consistente dos metadados, em especial se a plataforma utilizada é a PKP/Open Journal System(OJS).

Quanto aos metadados, optar por um mínimo controle de palavras-chave e efetivar ajustes naquelas definidas pelos autores - assim como traduzir o conteúdo dos distintos itens de metadados em outros idiomas - pode auxiliar nas condições de localização do material, aumentando seu potencial de uso e, consequentemente, de citação.

Ainda no sentido operacional, um periódico pode investir em outros formatos além do portable document format (PDF). Quando de sua criação, a AtoZ definiu que, além do PDF, um segundo padrão voltado para a marcação de elementos seria essencial no propósito de promoção da visibilidade. A marcação em HTML foi, então, adotada nos dois primeiros números da Revista e, com a ascensão dos dispositivos móveis, a AtoZ iniciou uma parceria com a IÁgil/Intelectus Ágil e adotou mais um formato (ePub), especialmente pela relativa facilidade de uso dos dados de marcação já utilizados. As vantagens, tanto do HTML como do ePub, superam as do PDF nos quesitos de funcionalidade de navegação (no caso do ePub, a adaptação do texto ao tamanho da tela sem necessidade de rolagem, por ex.), suporte para text-to-speech/braille e reconhecimento de fala1.

Contudo, em uma situação que não é incomum para revistas de acesso aberto e com equipes reduzidas, um desafio se apresentou para o processo editorial: como agilizar os ciclos de diagramação evitando que o mesmo artigo passe por três etapas distintas para a geração de resultados nos três formatos adotados?

A equipe editorial passou a considerar a implantação de um template LaTeX com um duplo objetivo: expandir o universo de submissões atraindo artigos com maior enfoque quantitativo e, principalmente, definir o LaTeX como o ambiente padrão para a edição e diagramação dos manuscritos. A geração automatizada, a partir do LaTeX, dos diferentes formatos finais dos artigos da AtoZ tende a reduzir o tempo de diagramação; evitar erros decorrentes de três etapas distintas realizadas por diferentes responsáveis; e, aumentar a granularidade da estrutura dos artigos e consequente uso ampliado dos dados, em especial das referências. Assim, foi criado o Projeto de Pesquisa BANPESQ/THALES: 2014015485 que viabilizou a agregação de um bolsista de Iniciação Científica UFPR/TN à equipe da revista com o objetivo de se desenvolver um modelo LaTeX para a AtoZ. Uma segunda iniciativa - no âmbito do Grupo UFPR/CNPq Metodologias em Gestão da Informação - derivou em um software para automatizar etapas intermediárias do processo de diagramação, conectando as diferentes ferramentas tecnológicas (OJS, LaTeX, etc.). Este primeiro número, do volume 4/2015, já foi diagramado sob essas condições.

A incorporação da AtoZ à Biblioteca Digital de Periódicos (BDP/Universidade Federal do Paraná) expande igualmente as condições de visibilidade da Revista, tanto pelo posicionamento dos repositórios da UFPR - 4o. lugar no ranking de Repositórios Digitais Institucionais (RDI) brasileiros2 e entre os portais brasileiros com maior número de revistas34 - como pela atribuição do Document Object Identifier (DOI) a todos os materiais já publicados. Sobre este tema em particular, a equipe gestora da BDP concedeu a entrevista deste v4n1 com o objetivo de responder dúvidas enviadas pelos autores e outros colaboradores.

Além da entrevista, este número conta com temas na área de acessibilidade de AVAs para o público da 3a. idade; reflexões da moda como objeto de informação e, consequentemente, espaço para investigações na área de Ciência da Informação e Biblioteconomia; a percepção de pesquisadores quanto às diretrizes de proteção do conhecimento em universidades; e, a proposta de um modelo de maturidade para sítios de governo eletrônico.

Esperamos que as novidades de conteúdo e de diagramação estimulem a leitura e, em especial, a continuidade das discussões propostas por estes pesquisadores na forma de estudos derivados ou inspirados!

Agradecemos a todos que nos prestigiam! Um abraço da Equipe Editorial AtoZ!

1Eikebrokk, T., Dahl, T. A., & Kessel, S. (2014). ePub as publication format in Open Access Journals: tools and workflow. The Code4Lib Journal, (24), pp. 1–11 Recuperado em 19 ago 2015, de http://journal.code4lib.org/articles/9462

2UFPR é a quarta no ranking nacional de conteúdo científico na internet: Universidade disponibiliza cerca de 16 mil itens em oito grandes comunidades (2014). Recuperado em 19 ago 2015, de http://catve.com/noticia/6/99814/ufpr-e-a-quarta-no-ranking-nacional-de-conteudo-cientifico-na-internet

3Shintaku, M., Brito. R. F de, & Carvalho Neto, S. (2014). A avaliação dos portais de revistas brasileiros implementados com o SEER/OJS por meio do levantamento da indexação pelo Latindex e SciELO. Informação & Sociedade: Estudos, 24(2), 139-148. Recuperado em 19 ago 2015, de http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/18671/11498

4Shintaku, M., Carvalho Neto, S., Castro, P. P., & Brito, R. F. de. (2013). Portais institucionais de revistas no Brasil implementadas com SEER/OJS. In XIV Encontro Nacional de Editores Científicos. São Pedro: ABEC. Recuperado em 19 ago 2015, de http://ocs2.abecbrasil.org.br/index.php/ENEC/ENECUSP/paper/viewFile/37/46

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