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Quando o jornalismo legitima uma identidade como hegemônica: Silenciamentos, Oktoberfest e imprensa em Blumenau

Jorge Kanehide Ijuim, Magali Moser

Resumo


Este artigo busca compreender o papel do jornalismo na construção identitária que faz o município catarinense de Blumenau ser reconhecido pelo rótulo de “Alemanha Brasileira”, com base na Oktoberfest. A imagem dominante disseminada pelos meios de comunicação alcança uma visão homogênea sobre o chamado “Vale Europeu”, promovendo a ideia de um “Sul do Brasil” distinto de outras regiões do país, pois europeizado. Entretanto, as produções discursivas sobre a região, assim como sua identidade, apresentam-se em disputa. Vozes dissonantes questionam a narrativa predominante e evidenciam a existência de uma contraditória narrativa hegemônica sobre a identidade de Blumenau. Neste confronto simbólico, o objetivo da pesquisa foi avaliar o comportamento da imprensa e entender os porquês de tal posição, sendo o Jornal de Santa Catarina (JSC) o objeto empírico da análise, escolhido como narrador principal. Um estudo exploratório, baseado na análise de conteúdo, definiu como corpus do trabalho 30 reportagens publicadas num intervalo de 31 anos da festa, de 1984 a 2015. Além disso, incluiu ainda a produção de 23 entrevistas a partir de vozes amplificadoras da germanidade e questionadoras do imaginário hegemônico. Os procedimentos metodológicos se ampararam na análise crítica da narrativa (MOTTA, 2013) e em entrevistas em profundidade (DUARTE, 2006).


Palavras-chave


Jornalismo e Sociedade, Identidade Cultural, Germanidade, Oktoberfest e Blumenau.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/2238-0701.2021n22.04